Integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro estão divididos sobre a decisão de investigar ou não o escândalo das joias do casal Bolsonaro. Para a Polícia Federal, assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venderam relógios de luxo e joias, em um esquema de mais de R$ 1 milhão.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica nas contas do sargento Luis Marcos Dos Reis, subordinado do tenente-coronel Mauro Cid na Ajudância de Ordens de Bolsonaro.
Foram R$ 3,3 milhões entre depósitos e saques de fevereiro de 2022 a maio de 2023. A renda mensal do militar é de cerca de R$ 13 mil. Parlamentares pedem a convocação de Jair e Michelle Bolsonaro.
Não descartamos que a venda dessas joias foi usada para financiar os atos antidemocráticos (deputado Duarte Jr.)
A CPMI quer ouvir o sargento Luís Marcos dos Reis na semana que vem. Ele está preso desde maio, acusado de fraudar carteiras de vacinação.
Relatora vs presidente
No epicentro da divisão dos membros da CPMI, o destaque vai para a senadora Eliziane Gama (PSD), relatora da comissão. Ela é a favor de investigar se a venda das joias não financiaria os atos criminosos, ao contrário do presidente Arthur Maia (União), que quer manter o foco no tema da investigação.
Eu não vou entrar nisso. Isso não tem nada a ver com o 8 de janeiro. Não contem comigo para esse tipo de coisa (deputado Arthur Maia)
Flávio Bolsonaro defende pai
O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, afirmou que as joias e relógios não eram patrimônio da União, o que justificaria as vendas.
Não era patrimônio público. Era patrimônio personalíssimo do presidente da República (senador Flávio Bolsonaro)
Nesta terça-feira (15), a Justiça de São Paulo encaminhou para o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação sobre o estojo de joias apreendido pela Receita Federal, no Aeroporto Internacional de Guarulhos.