A CPI da Pandemia quer apresentar o relatório final até setembro. As investigações incluem as suspeitas de propina de uma empresa contratada há anos pelo Ministério da Saúde.
Na primeira conversa com apoiadores em Brasília após a alta hospitalar, Jair Bolsonaro voltou a atacar a comissão do Senado e a negar corrupção em seu governo.
“Aí tenta essa CPI dos três patetas, três patetas não, três otários. Tentam de toda maneira colar 'ah, mas o Pazuello conversou com empresário'. Pô, se tivesse tratando de corrupção, pessoal, não ia ter vídeo, meu Deus do céu”, justificou o presidente, referindo-se pejorativamente ao presidente da CPI Omar Aziz (PSD-AM), o vice Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o relator Renan Calheiros (MDB-AL).
Já a oposição lista possíveis crimes no atual governo.
“Tráfico de influência, improbidade administrativa, advocacia administrativa feita pelo ex-ministro Pazuello, pelo ex-secretário executivo Élcio Franco”, acusa o senador Otto Alencar (PSD-BA).
A comissão abriu uma nova frente de investigação: a denúncia de propinas mensais de até R$ 296 mil a políticos e servidores do Ministério da Saúde.
A CPI sustenta que parte do pagamento anual de R$ 257 milhões com a empresa VTCLog seria uma espécie de “mensalinho”. A companhia pagaria propina para garantir contrato de transporte de insumos para a saúde. Os senadores da oposição afirmam que o líder do governo na Câmara Ricardo barros (PP-PR) seria um dos beneficiados.
Mais de 95% dos repasses à VTCLog foram fechados sem licitação, quando Barros comandou o ministério, durante o governo de Michel Temer. Prática que, segundo a CPI, ainda permanece.
Pela internet, o deputado negou. Afirmou que deixou o cargo em abril de 2018, e o contrato foi assinado três meses depois.
A comissão que investiga as ações do governo Bolsonaro na pandemia vai dividir as tarefas em sete grupos para tentar entregar o relatório final em setembro.