No Senado, a expectativa é pelos depoimentos do atual e de ex-ministros da Saúde na CPI da Pandemia na semana que vem, principalmente o do general Eduardo Pazuello.
Integrantes da CPI vão passar os próximos dias se preparando para os primeiros e decisivos depoimentos na comissão. Luiz Henrique Mandetta falará na próxima terça-feira (6). Foi com ele à frente do Ministério da Saúde que o coronavírus chegou ao Brasil. Mas, ao contrário de Jair Bolsonaro, ele defendeu o lockdown, distanciamento social e o uso de máscaras. Entre tantos atritos, foi demitido por não apoiar o tratamento precoce.
Também na próxima terça, a comissão ouve Nelson Teich, que ficou no cargo por menos de um mês e assinou os primeiros memorandos para a compra de vacinas. O ex-ministro foi outro derrubado pela pressão para uso da cloroquina.
Pazuello assumiu depois, quando o Brasil registrava 15.633 mortes por covid. Ele endossou o tratamento precoce e teve a missão de garantir o Plano Nacional de Imunização. Nos dez meses em que ficou no ministério, mais 272 mil pessoas morreram.
Ele, que vai depor na próxima quarta (7), é visto pela maioria dos senadores como o alvo principal da CPI. Foi na gestão dele que o Brasil recusou 11 ofertas de vacinas e começou a faltar material básico no SUS, como oxigênio e remédios para intubação.
Integrantes da CPI mais alinhados com o governo já tem uma linha de defesa.
“De quem é a culpa de falta de oxigênio? É do Pazuello, é do Bolsonaro ou é do governador do estado, do secretário da saúde ou do prefeito da cidade? Bom, essas responsabilidades é que temos de verificar”, disse o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS).
O atual ministro, Marcelo Queiroga depõe na próxima quinta (6), mesmo dia do presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.