CPI da Covid vai pedir ao MP indiciamento de Bolsonaro por "charlatanismo"

Segundo da cúpula da comissão, presidente colocou população em risco ao divulgar tratamento com medicamentos considerados ineficazes contra a covid-19

Erick Mota, do Jornal da Band

O comando da CPI da Pandemia anunciou nesta quarta-feira (11) que vai pedir ao Ministério Público, no relatório final, o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por “charlatanismo e curandeirismo”.

Segundo a cúpula da comissão do Senado, formada pelo presidente Omar Aziz (PSD-AM), o vice Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o relator Renan Calheiros (MDB-AL), Bolsonaro é um dos incentivadores do tratamento com medicamentos considerados ineficazes pela ciência contra a covid-19, como a hidroxicloroquina e ivermectina, colocando em risco a saúde da população brasileira.

Produtora de remédio do “Kit Covid” na mira da comissão

Um remédio contra parasitas propagado como parte do chamado tratamento precoce contra a covid. A ivermectina esteve no centro do debate da CPI nesta quarta. O faturamento de um dos fabricantes, a Vitamedic, saltou de R$ 200 milhões em 2019, para R$ 540 milhões no ano passado.

Jailton Batista, representante do laboratório, confirmou em depoimento que promoveu o medicamento contra a doença mesmo sem investir em estudos científicos.

“Houve uma demanda do produto, natural, e nós somos fabricantes, nós produzimos o que o mercado demanda. Foi só isso”, alegou.

Jailton também afirmou ter gasto mais de R$ 700 mil no patrocínio de uma propaganda em favor do tratamento precoce. A empresa pode ser indiciada por promover remédios sem eficácia comprovada contra a covid=19.

“A Vitamedic foi solicitada a dar apoio e suporte à chamada Associação Médicos Pela Vida no patrocínio de um documento técnico, médico, e ela o fez”, justificou Jailton.

CPI aprova acareação entre Onyx Lorenzoni e Luís Miranda

Segundo o parlamentar, essa acareação “acontecerá provavelmente no próximo dia 18 de agosto”.

Segundo Luís Miranda, ele teria avisado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre um suposto esquema de corrupção no contrato de aquisição da vacina indiana Covaxin. Assim, senadores afirmam que Bolsonaro teria ignorado a denúncia e, assim, cometido o crime de prevaricação.  

No dia seguinte à revelação desse caso, Onyx Lorenzoni deu uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto juntamente com Elcio Franco, ex-secretário executivo da Saúde, e acusou Miranda de apresentar uma falsa versão sobre a história.  Assim, a intenção dos senadores é avaliar quem está falando a verdade.  

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