Ao ser ouvido na CPI da Covid nesta terça-feira (14), o advogado e empresário Marcos Tolentino negou que seja sócio oculto do FIB Bank, empresa que deu fiança de R$ 80,7 milhões para a Precisa Medicamentos na tentativa de venda da vacina indiana Covaxin ao Ministério da Saúde. Devido às suspeitas de irregularidades, o contrato foi suspenso pelo governo federal.
Marcos Tolentino disse que fez parte da Benetti Prestadora de Serviços - empresa do mesmo dono do FIB Bank, Ricardo Benetti -, mas que se desligou do quadro societário há 12 anos. Ele conta que tem uma procuração que o ligaria ao proprietário da empresa por ter ativos e precatórios em comum algumas companhias da antiga sociedade.
Em resposta a essa afirmação, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse que não existe uma procuração no direito brasileiro com poderes irreversíveis e absolutos. Segundo ela, isso “caracteriza que a pessoa passa a ser proprietária”.
Tolentino também comentou sobre a relação com o líder do governo na Câmara Ricardo Barros (Progressistas-PR) - também investigado na CPI -, que teria facilitado a emissão de carta de confiança a favor do contrato da Precisa Medicamentos de outros contratos no Ministério da Saúde.
“Cabe declarar que se trata de um conhecido há muitos anos, desde que morei em Curitiba. Sendo que até hoje mantenho vínculo de respeito, amizade, nada mais do que isso", disse Tolentino. afirmou Tolentino à CPI.
Um habeas corpus conseguido no STF (Supremo Tribunal Federal) permitiu que Tolentino não respondesse a perguntas que pudessem incriminá-lo. Após negar a sociedade com o FIB Bank, ele usou o direito de permanecer em silêncio em vários momentos, inclusive quando foi questionado sobre um repasse de R$ 336 mil para uma empresa em nome da mãe dele.
Quem depõe nesta quarta-feira (15) é o advogado Marconny Albernaz. Ele teria atuado como lobista para viabilizar o contrato da Precisa com o Ministério da Saúde.