Rigor na execução de cada procedimento e rastreamento de todas as etapas. É assim que funciona o hemocentro de São Paulo, que testa todos os dias centenas de amostras de doadores de sangue, incluindo o exame de HIV, exigido para doadores de órgãos. O teste sorológico, que avalia se o paciente desenvolveu anticorpos para o vírus, é padrão no Brasil. O que não ocorreu no laboratório denunciado pela Band no Rio de Janeiro.
Todos os laboratórios que fazem exames de HIV devem seguir uma regra muito importante que não admite flexibilidade. Antes de iniciar uma bateria de exames, os técnicos devem inserir na máquina "amostras controle", em que já se sabe o resultado, o que é positivo e o que é negativo.
Se após passar na máquina, o resultado sair diferente do esperado, tem algum problema que precisa ser resolvido. Para o Coordenador do Comitê de Diagnóstico Molecular da SBPC/ML, José Eduardo Levi, é importante o controle para garantir a segurança das doações.
"É preciso o controle para a confiabilidade dos resultados, pode ter um problema com os reagentes químicos ou até mesmo com o equipamento, que merece uma revisão e conserto do que está errado", afirma o coordenador.
Reagentes químicos utilizados em exames de HIV são armazenados a temperaturas de 2ºC a 8ºC. Se não seguir essa regra à risca, o resultado pode dar errado. Após o teste, a própria máquina emite os resultados para o sistema, nenhuma pessoa precisa transcrever nada. Ao final, o computador direciona para cada paciente a informação de reagente ou não reagente.