Cipriano Barata foi um dos jornalistas mais perseguidos no século 19 na época em que jornais independentes começaram a ganhar forçar com o fim da censura imposta pela família real portuguesa.
Cipriano se formou médico, filósofo e matemático na Universidade de Coimbra em Portugal e estudou com personagens que seriam protagonistas da vida política brasileira como Jose Bonifácio e estava na Europa quando a Revolução Francesa derrubou o antigo regime.
Ele ficou famoso pelos seus textos publicados no famoso jornal O Sentinela da Liberdade. O jornal era tão popular que serviu de modelo para outros jornais de oposição.
O Sentinela da Liberdade de Cipriano, era um retrato de seu criador. A fama de revolucionário precedeu a do jornalista.
Quando retorno da Europa para Salvador, na Bahia, ele passou a ser conhecido como médico que atendia ricos e pobres e agitador que defendia os ideais da revolução francesa.
Cipriano passaria boa parte da vida preso. Hoje o nome dele está em uma das celas do Forte São Marcelo, em Salvador, onde Cipriano ficou detido 14 meses até ser inocentado por falta de provas da acusação de participação na Conjuração Baiana.
Popularidade
A luta pela independência e o apoio a Revolução Pernambucana o tornaram ainda mais popular. Por isso, não foi surpresa quando Cipriano partiu de novo pra Portugal, desta vez eleito deputado brasileiro na corte de Lisboa, que após a revolução do Porto, escreveria a nova constituição portuguesa.
Logo, ele chamou a atenção pelas roupas que vestia, por usar vestimentas patrióticas (chapéu de palha, casaca de algodão e ramo de café na lapela) tinha cabelo longo e também pelas ideias que defendia.
Cipriano queria o fim da repressão colonial e direito de cidadania para escravos. Os projetos foram rejeitados.
Ele também ficou famoso pela briga que teve com outro político baiano que defendia Portugal. Cipriano se atracou com o adversário e o jogou escada abaixo. Correndo risco de prisão fugiu para Inglaterra, mas voltou ao Brasil após a independência proclamada por Dom Pedro.
Quando chegou, foi para Recife e de lá passou a publicar o jornal que se opunha aos rumos da constituinte convocada pelo imperador.
Prisão
Cipriano Barata se auto definia como um radical. A defesa intransigente da liberdade provocou a mais longa das prisões. Ele passou sete anos em diferentes fortes do Rio de Janeiro. Em um deles, teve um encontro com Dom Pedro I.
Mas nem as prisões o calavam. O jornal era publicado mesmo nos momentos em que ele estava detido.
A independência sonhada por Cipriano era muito diferente daquela implantada por Dom Pedro I. derrotado politicamente, Cipriano foi sendo esquecido pela historiografia oficial.