Conheça campanhas que visam aumentar as doações de órgãos no Brasil

Iniciativas como a da Band têm o objetivo de conscientizar sobre a importância dos transplantes no país

Da redação

Amor e gratidão são duas palavras que também dão o nome ao projeto criado por Patrícia Calheiros. A aposentada passou por transplantes de rim e pâncreas, e atualmente vai em escolas, empresas e hospitais falar sobre a importância da doação de órgãos. 

“Mesmo depois da morte, podemos fazer algo por alguém sendo doador de órgãos, ser o anjo de alguém e por isso é tão importante deixar a família ciente da vontade”, afirma Patrícia. 

O Brasil tem o maior sistema público de transplantes no mundo./ Mesmo assim, a fila é grande. Quase 66 mil pessoas esperam pela doação de algum órgão, principalmente rim e córnea. Daniela Salomão, coordenadora do Sistema Nacional de Transplante, explica mais dessa fila. “Dentro dela há a ordem de atendimento, que segue critérios genéticos e de gravidade, que são avaliados com isenção”, explica. 

Um dos grandes inimigos pra diminuir essa fila é a falta de informação. “Muitas famílias não autorizam a doação por não entenderem o processo, mas ele é ético e seguro”, afirma o também coordenador do Sistema de Transplantes da Bahia, Eraldo Moura. 

Band lança a campanha ‘Doe órgãos, Doe vida’

Para incentivar esse gesto de solidariedade, a Band lançou na segunda-feira (22) a campanha ‘Doe órgãos, Doe vida’, na estreia do “Melhor da Noite”, coma participação da ministra da Saúde, Nísia Trindade. 

No programa, também esteve a primeira mulher a receber um transplante de coração, em 1996. “Foi a maior emoção da minha vida, porque eu não respirava mais  e não tinha campanha naquela época, eu consegui meu coração em 12 dias”, afirma Marcia Ferreira Maluf. 

O programa também recebeu os pais de Vitor, um menino que salvou muitas vidas ao ter órgãos doados. “É uma situação muito difícil, porque você está numa situação de perda, mas algo no fundo chama pra você fazer a coisa certa e saber que o coração do seu filho vai continuar batendo”, disse Luis Henrique Colacino, pai de Vitor. 

Como funciona a fila de transplantes do SUS?

O Brasil tem o maior sistema público de transplante de órgãos de todo mundo e é o segundo país maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A estrutura é gerenciada pelo Ministério da Saúde, que garante que 90% das cirurgias sejam feitas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Tal gerenciamento integra as 27 centrais estaduais do país.

Segundo o Ministério da Saúde, hoje, há 617 hospitais e 1.495 equipes autorizados a realizarem transplantes no Brasil. Uma delas é liderada pelo médico Lúcio Pacheco, especialista em transplante de fígado. As etapas para um transplante acontecer são as seguintes:

  1. Paciente primeiro é incluído na lista nacional de transplantes pelo médico autorizado;
  2. Acompanhamento da posição na fila pelos canais oficiais do governo e de São Paulo, caso o paciente seja do estado;
  3. Passar pelo procedimento caso haja o órgão compatível e a posição na fila seja favorável;

Não é possível estimar o tempo em que o processo de transplante ocorra, justamente pelos fatores de prioridade e compatibilização de órgão e paciente. 

Fila pode diminuir com conscientização

O tempo de espera por um órgão pode diminuir de acordo com o aumento de doações de órgãos. O Ministério da Saúde afirma que é importante identificar e notificar óbitos, principalmente de morte cerebral, em que muitos órgãos ainda são funcionais. 

Profissionais de saúde são preparados para conscientizar a população sobre o processo de doação e transplante, fazendo com que estes últimos autorizem a doação, no caso da morte de entes queridos.

Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, váluvas cardíacas, pele, ossos e tendões. Caso queira ser doador de órgãos, o primeiro a se fazer é avisar a família da vontade, já que a doação é realizada após autorização familiar. 

Não é preciso registrar a intenção de doar órgãos em cartórios ou informar em documentos o desejo de doar. Só é inviabilizado o transplante caso o paciente tenha doenças crônicas como diabetes, infecções ou tenha usado drogas injetáveis, por isso, os médicos realizam uma entrevista familiar para a equipe médica avaliar riscos para garantir a segurança de receptores. 

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