Concessionárias antecipam descontos nos carros antes de redução de impostos

Governo pretende reduzir em até 10,96% o preço de carros de até R$ 120 mil. Expectativa é de aumento nas vendas

Filipe Peixoto

Concessionárias antecipam descontos nos carros antes de redução de impostos
Concessionárias antecipam descontos nos preços dos carros novos
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O governo ainda não divulgou todos os detalhes no programa que vai baratear carros populares. A ideia do governo é gerar um desconto de IPI, PIS e Cofins que podem gerar uma redução de até 10,96% no preço de carros novos que atualmente custam até R$ 120 mil. Mas algumas montadoras estão antecipando o desconto para atrair os consumidores que estão em modo de espera. E a estratégia está dando certo.

O motoboy Carlos Ferreira de Oliveira foi à concessionária ver de perto os detalhes do modelo que ele quer quer comprar, mas não vai levar agora. “Dei uma segurada”, disse. “Depois que o governo deu o anúncio que vai baixar, vou pesquisar as lojas pra ver qual o desconto maior.”

O setor automotivo estima que deixou de vender nas últimas duas semanas 25 mil carros, segundo dados da Oikonomia Consultoria Automotiva.

O diretor de concessionária Luciano Carvalho explica que os clientes começaram a ligar para os vendedores, os gerentes, para saber o que estava acontecendo, e para cancelar algumas compras já feitas.

“Não perdemos vendas, pelo contrário, a gente acelerou as vendas e tivemos um final de mês com vendas muito altas”, diz Carvalho.

Metade da indústria automotiva do Brasil está ociosa, mas a expectativa de aumento nas vendas fez as montadoras deixarem de lado, por enquanto, qualquer plano de demissão. A fábrica da Volkswagen em Taubaté, no interior paulista, por exemplo, cancelou a suspensão temporária de parte dos trabalhadores, que começaria no dia primeiro de junho.

O economista Raphael Galante, consultor no setor automotivo, diz que a atual medida vai servir para dar uma oxigenação pro setor. “Iremos todos, cadeia produtiva, montadora, concessionaria, autopeças, sentar, ver o que tá sendo feito, fazer um planejamento estratégico financeiro melhor para os próximos ciclos”, afirma.

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