Com juros altos, PIB deve desacelerar em 2025, diz especialista

Mesmo assim, setores como indústria, comércio e o setor de serviços começaram o ano otimistas

Márcio Campos

Depois de um ano de economia aquecida, a indústria, o comércio e o setor de serviços começaram 2025 otimistas. Mesmo com a expectativa de um crescimento menor, as projeções são positivas e poderiam ser melhores caso os juros não fossem tão altos.

A indústria da construção civil é um dos motores da economia do Brasil. O último levantamento do ano feito pelo setor revelou que, apesar do alto custo de insumos e do impacto das taxas de juros no financiamento habitacional, os empresários estão otimistas para 2025. 

A empresa de Milton Bigucci tem 12 prédios em construção, gerando 1,2 mil empregos. Além disso, a previsão é lançar outros nove empreendimentos até o final do ano. 

“O mercado deu uma alta muito grande na pandemia, 2023 e 24 deu uma estabilizada, mas deu estabilizada na alta. Então 2025 a gente acha que vai continuar na estabilidade, mas na alta”, disse. 

Uma pesquisa da FGV indica que a percepção do empresário sobre a atual situação do país está em 99,6 pontos. É o maior índice desde dezembro de 2013, quando atingiu 100,2 pontos. 

“A gente teve um impulso fiscal muito forte nos últimos 2 anos, transferência de renda, salário mínimo, gasto público no geral, e esse crescimento de gastos ajudou no crescimento da demanda”, afirmou Sergio Vale, economista-chefe da MB associados ao Jornal da Band.

O balanço ainda não está fechado, mas de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, os índices de crescimento da indústria, dos serviços e do PIB como um todo devem superar 3% em 2024. 

O setor de alimentação também começa 2025 otimista. Uma pesquisa mostra que a maioria dos donos de bares e restaurantes, cerca de 73% dos entrevistados, espera aumento das vendas já no primeiro trimestre. 

Para este ano, a economia deve avançar um pouco menos, cerca de 2,4%, “tem um choque de juros muito forte, e essa mudança não tem como não afetar os serviços”, explicou o economista Sergio Vale. 

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