Com a vitória de Trump, Brasil deve apostar no pragmatismo para manter relações com os EUA

Estados Unidos são o segundo maior parceiro brasileiro, perdendo apenas para a China

Caiã Messina

Lula parabenizou Trump por volta à presidência dos EIA
Fotos: PT e Divulgação

Com a vitória de Donald Trump na corrida à Casa Branca, o Brasil deve apostar no pragmatismo para manter relações com o país. Hoje, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro brasileiro, perdendo apenas para a China. 

Foram cerca de US$ 75 bilhões no ano passado em trocas comerciais entre os dois países. Além disso, quase um quarto do agronegócio brasileiro é exportado para os americanos. 

A indústria de transformação, que tem mais valor agregado porque vende produtos mais sofisticados, tem nos americanos o principal destino do mundo, cerca de US$ 30 bilhões. No Brasil, foram US$ 92 bi em investimentos na última década, com geração de 92 mil empregos diretos. 

No Planalto e no Itamaraty, ministros afirmam que a vitória de Donald Trump não deve mudar as relações econômicas entre os dois países. A palavra de ordem é “pragmatismo”.

Em dezembro de 2002, Lula se encontrou com o republicano George Busg, de quem era distante ideologicamente, antes mesmo de tomar posse no primeiro mandato, e de novo, também na Casa Branca, em Julho de 2003. 

Ministros afirmam que o presidente desenvolveu uma “relação respeitosa e mais próxima” com o americano em comparação com Barack Obama, com quem se reuniu em 2009. 

O ex-embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa, afirma que Trump pode deixar os Estados Unidos Isolados. 

"Se ele implementar as políticas que ele está pregando, sobretudo sobre o aumento das tarifas, você vai ter um protecionismo exacerbado no mundo”, destacou. 

A avaliação no Itamaraty é que o foco principal de Trump, agora, é diminuir a influência mundial da China, além de implantar medidas protecionistas nos EUA, que dificultariam a entrada de produtos brasileiros, aumentaria e aumentaria a força chinesa duplamente: Washington perderia um parceiro líder regional e empurraria o Brasil economicamente para a Ásia. 

“O Brasil mantém uma relação muito amistosa com os Estados Unidos e a nossa esperança é que esses anúncios que não tenham um lastro no pragmatismo, esses anúncios da parte do Trump, não venham a ocorrer porque uma política de enfrentamento, uma política de hostilidade dos Estados Unidos em relação ao Brasil teria como consequência o Brasil se aproximando do outro lado que seria China, Rússia, Irã...”, explicou Sergio Florêncio, ex-embaixador da ONU ao Jornal da Band. 

O governo brasileiro também aposta que as promessas de Trump de aumentar barreiras comerciais são mais “retórica de uma campanha acirrada” do que realidade e que dificilmente sairiam do papel e teriam impacto na economia brasileira. 

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