Cinco dias depois das eleições, o Conselho Nacional Eleitoral foi de novo aos microfones: ratificou a vitória de Nicolás Maduro com 51,9% dos votos, mas segue sem divulgar as atas, nem provas que possam garantir que os números sejam confiáveis.
Enquanto a pressão internacional cresce, Maduro tenta apoio internamente. Em um Supremo Tribunal alinhado com o chavismo, pediu que a justiça fizesse a auditoria dos números do Conselho e foi atendido. Maduro e outros sete candidatos assinaram um termo reconhecendo os resultados. A cadeira de Gonzáles Urrutia permaneceu vazia, ele não compareceu ao evento.
Em uma coletiva aos jornalistas, o advogado do partido de Corina e Urrutia questionou: O que Maduro tem dúvida? Da sua condição de presidente? Maduro está buscando que a justiça certifique o que o Conselho Eleitoral. Ninguém acredita no Conselho, nem Maduro.
Na manhã desta sexta-feira (2), a sede do partido opositor, o Vente Venezuela, amanheceu vandalizada. Seis homens armados teriam invadido o prédio, levando documentos e equipamentos.
A oposição também divulgou publicamente na internet 80% das atas que têm em posse - e que dariam a vitória a Urrutia com 67%.
São com essas atas que várias organizações internacionais têm apontado a vitória de Urrutia na disputa. E deram base para os Estados Unidos reconhecerem o opositor como novo presidente venezuelano.
Antony Blinken publicou nas redes sociais que Urrutia venceu e os votos precisam ser respeitados.
Na onda americana, chanceleres da Argentina, Uruguai, Equador e Costa Rica também anunciaram que reconhecem González Urrutia como novo presidente da Venezuela.
A líder oposicionista, Maria Corina Machado, e Edmundo Gonzalez Urrutia continuam escondidos, mas afirmaram por meio das redes sociais que não tem intenção de deixar a Venezuela.
Maria Corina e Urrutia convocaram manifestações contra o regime de Maduro para a manhã desse sábado e, deram a entender, que estarão nas ruas durante os protestos.
Maduro também convocou apoiadores a saírem às ruas neste sábado, que promete ser de muita tensão em Caracas. Mais de 1.200 pessoas foram presas pelo regime chavista. Maduro promete mais repressão e diz estar preparando novas prisões para os futuros detidos. Todos serão acusados de terrorismo.