Já ouviu falar em 'chuvas artificiais'? A tecnologia, aliada da natureza, ajuda a driblar a escassez de chuva em países de deserto. Nos Emirados Árabes Unidos, a técnica dispersa partículas de produtos como iodeto de prata no interior das nuvens e, assim, as gotículas de água se agrupam e tendem a cair em forma de chuva.
No Brasil, a técnica também é utilizada, mas em pequena escala. O procedimento usado por uma empresa no interior de São Paulo usa água potável ao invés de metal para não contaminar o solo. Companhias de saneamento básico, como a Sabesp, já contrataram o serviço para reforçar os reservatórios.
Majory Imai, CEO da Cyan Agroanalytics, explica como as nuvens são formadas. "A gente força essa nuvem a ter um crescimento vertical, e a gente meio que força ela a chover mais ou menos na área desse projeto, que pode ser uma bacia hidrográfica, que pode ser uma área de nascente, pode ser uma área de flortesta, pode ser uma área de agricultura", pontua.
Mas para evitar problemas como os vividos atualmente no Brasil, é preciso investir na prevenção. Majory explica que é preciso atuar antes da época de estiagem, para o solo já ter umidade quando a seca chegar. "A gente teria que fazer chuvas no período molhado, nas nascentes, nas cabeceiras, nos rios, para encher, disponibilizar água, para sustentar e amparar o período seco. Isso é muito mais inteligente e isso é muito mais conservacionista", diz.
A técnica só pode ser aplicada em nuvens grandes. "Se a gente deixa uma unidade produtora de chuvas numa região que vem sofrendo por déficit hídrico, melhorando as oportunidades dessas chuvas ocorrerem nessa região, a gente está contribuindo não só para tirar eles do risco climático, mas para aumentar a produtividade", avalia Majory.