Chefe do Grupo Wagner morre em queda de avião na Rússia

Prigozhin é um oligarca russo e ex-prisioneiro da União Soviética. Ele passou de aliado a ameaça para Putin

Por Felipe Kieling

Líder do Grupo Wagner, Prigozhin
Reprodução

O chefe do Grupo Wagner, que liderou um motim contra o presidente Vladimir Putin, estava em um avião que caiu, nesta quarta-feira (23), na Rússia. Dez pessoas estavam a bordo e todas morreram.

Um vídeo mostra o momento exato da queda. O tempo estava bom e a aeronave cai de forma desgovernada no vilarejo de Kuzhenkino, que fica a cerca de cem quilômetros de Moscou. 

Segundo a agência estatal russa, o avião saiu da capital em direção a São Petersburgo.

Uma das hipóteses é que a aeronave, um Legacy 600, produzido pela brasileira Embraer, foi abatida pelo sistema de defesa antiárea da Rússia. Uma investigação foi aberta para apurar o caso. Dez pessoas estavam a bordo - oito corpos já foram localizados.

Na lista de passageiros estavam Dmitri Utkin e Yevgeny Prigozhin, os dois fundadores do grupo de mercenários Wagner, que teve papel importante na guerra da Ucrânia. Pelo menos 25 mil soldados do grupo lutaram ao lado do exército de Putin.

Uma parceria que se se estremeceu depois que Prighozin liderou um motim fracassado, em junho, contra o alto comando do Exército russo. Chegou a dominar a cidade de Rostov, mas recuou.

Ele era uma figura de destaque no país e ficou conhecido como o chef de cozinha de Putin por ter fornecido serviços de alimentação no Kremlin e ao governo russo.

De aliado, Prighozin se tornou inimigo de Vladimir Putin e foi chamado de traidor pelo próprio presidente. O cerco se fechou e houve um acordo para que ele fosse exilado em Belarus. Mas na prática isso nunca aconteceu.

Yevgeny Prigozhin foi visto na Rússia mês passado. Esse vídeo é a última aparição de dele e foi divulgado essa semana. Ele afirma que estava na África, local em que a Rússia tem aumentado sua presença militar e política.

Em 2019, o líder do Grupo Wagner foi dado como morto em um acidente aéreo, mas reapareceu vivo dias depois.

Desde o ano passado, já são 11 casos misteriosos de pessoas influentes na política russa, algumas delas bilionárias. Há quedas de sacadas, envenenamentos e até suicídios.

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