Celulares apreendidos em cadeias do Rio Grande do Sul agora estão nas mãos de quem precisa: alunos de escolas públicas.
Quando as aulas presenciais foram suspensas, no ano passado, o filho de Sheila Siqueira não tinha como acompanhar as atividades remotas.
“Até tentei entrar pelo aplicativo do meu telefone, mas não deu, né? Aí eles resolveram dar um telefone para ele para estudar em casa”, contou.
Crianças e adolescentes de escolas públicas de mais de 50 cidades gaúchas só conseguiram se conectar às atividades escolares graças a um projeto do Ministério Público. A iniciativa transforma smartphones que entraram ilegalmente em presídios em uma ferramenta de educação.
O projeto já recebeu mais de 3 mil telefones celulares apreendidos em presídios. Eles passam por uma triagem em laboratórios de universidades parceiras. Cerca 30% desses aparelhos já estão nas mãos de estudantes.
Em um laboratório da PUC, em Porto Alegre, os técnicos selecionam os equipamentos que podem ser reaproveitados, removem todos os arquivos, trocam telas quebradas e instalam os aplicativos necessários para as atividades dos estudantes.
“É uma maneira de a gente tentar fazer alguma coisa por essas crianças, porque o estudo é a única coisa que salva”, afirmou o professor Anderson Terroso, da PUC.
E a partir de agora, celulares apreendidos com criminosos em ações policiais também serão reaproveitados.