O aposentado Luiz Evaristo Fonseca é português e está no Brasil há 34 anos, mas mantém uma tradição. Natal tem que ter bacalhau. “Se não tiver bacalhau no dia de Natal, o ano não valeu”, conta.
Montar a ceia ficou, em média, 11% mais caro do que no ano passado. Azeitona, peru, panetone e bacalhau estão entre as maiores altas. Os alimentos estão entre os itens que mais pressionaram a inflação ao longo de 2021, comprometendo a renda das famílias.
Para enfrentar isso, agora no fim do ano, é uma estratégia bem antiga. “É pechinchar o máximo que a gente puder. Você tem um descontinho, mas você tem que brigar, viu?”, diz a técnica de química Angélica Reis.
Mas nem tudo está mais caro. É o caso da carne de porco, que se tornou uma alternativa às aves natalinas. “O preço é um preço acessível, onde você compra pernil, paleta, lombo, costela com um preço bom”, afirma o comerciante Pedro Vasques.
“Muita gente, lojas fazem aqueles esquemas de atacarejo. Se você conseguir concentrar essa compra no atacado, pode valer a pena”, diz o economista Matheus Peçanha.
É a receita do Américo e da Giovana Perin. Ainda em lua de mel, eles organizam o primeiro Natal da família. “O que realmente vale é a família reunida, depois dessa pandemia que foi uma situação muito complicada”, diz Giovanna.
“Estar com a família reunida, em paz, com saúde, é o que realmente importa. O preço a gente vai se ajustando. Tira um pouco aqui, um pouco acolá, e no final está tudo certo”, completa.