Autoridades repudiaram os ataques do ex-deputado Roberto Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia e também por atirar contra dois agentes da Polícia Federal. Eles também feridos com estilhaços de granada durante cumprimento de mandado de prisão e outros dois policiais serem alvos de tiros de fuzil disparados feitos pelo político no domingo (23).
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, afirmou que o estado democrático de direito confere liberdades ao cidadão, jamais o direito de praticar crimes e violar direito alheio.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, escreveu em rede social que repudia toda a reação violenta que ponha em risco as instituições e seus integrantes.
Roberto Jefferson é investigado por envolvimento em uma organização criminosa suspeita de praticar atos antidemocráticos. O ex-parlamentar teve a prisão domiciliar suspensa depois de uma série de violações, como o uso de redes sociais.
Em um vídeo divulgado no perfil da filha, Roberto Jefferson disparou ofensas contra a ministra Cármen Lúcia.
O ex-presidente do PTB já foi aliado de Fernando Collor, de Lula e Michel Temer. Atualmente, ele se declara apoiador de Jair Bolsonaro, que chegou a enviar o ministro da Justiça, Anderson Torres, para intermediar a situação no domingo.
Em nota, a Associação dos Juízes Federais do Brasil manifestou profunda preocupação com os atos criminosos praticados por Roberto Jefferson e reiterou o repúdio aos ataques à ministra Cármen Lúcia.
Justiça mantém prisão
A Justiça manteve a prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson. A decisão foi tomada após audiência de custódia realizada nesta segunda-feira (24). Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, o político vai ser transferido do presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste. Ainda de acordo com Seap, não há previsão para a transferência.
Em depoimento à Polícia Federal, Roberto Jefferson afirmou que disparou 50 tiros de fuzil e lançou três granadas contra agentes que cumpriam mandado de prisão contra ele no domingo (23), em Conselheiro Levy Gasparian, no Interior do Rio. O político disse que, apesar dos disparos, não tinha a intenção de matar nenhum policial e que preferiu atirar na viatura da PF.
No relato, o ex-deputado disse ainda que um policial teria atirado primeiro e que, se quisesse, poderia ter matado um dos agentes, por estar em posição superior e com um fuzil.
Roberto Jefferson afirmou também que, quando residia em Petrópolis, na Região Serrana, possuía mais de 100 armas de fogo e que, atualmente, tem entre 20 e 25.
O Exército instaurou um processo administrativo para apurar por que Jefferson armazenava armas no Rio. A licença de colecionador, caçador e atirador do político estava suspensa.
Dois policiais ficaram feridos por estilhaços de granada lançada pelo ex-parlamentar. Ele foi preso após uma negociação que durou mais de seis horas.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, acompanhou o caso.
O ministro Alexandre de Moraes revogou a prisão domiciliar de Roberto Jefferson, por considerar que o político desobedeceu às medidas cautelares. Segundo a decisão, ele não se manteve longe das redes sociais e fez ofensas à ministra Cármen Lúcia.
Além da prisão judicial, Roberto Jefferson também foi preso em flagrante sob a acusação, inicial, de tentativa de homicídio. Ele foi indiciado pela PF por quatro tentativas de homicídio.