Caso Henry: advogados de Monique insistem em depoimento mesmo após covid-19

Defesa da professora agora argumentam que ela também foi agredida e pedem depoimento remoto

Da Redação, com Jornal da Band e BandNews FM Rio

Investigada por omissão na morte do próprio filho, o menino Henry, de 4 anos, a professora Monique Medeiros fez exame de tomografia no Hospital Municipal Albert Schweitzer, nesta terça-feira (20), após testar positivo para a covid-19. Em seguida, ela foi liberada e voltou para o sistema prisional. As informações são da BandNews FM Rio.

A doença dificulta o pedido da defesa para que a mãe de Henry preste um novo depoimento, já que ela precisara ficar isolada por duas semanas. Os advogados de Monique solicitaram acesso à documentação hospitalar e questionaram o diagnóstico. 

“Ainda que seja verdadeira a contaminação de Monique, permanece como imprescindível nova audição, ainda que por videoconferência", justificaram. 

Segundo a defesa, a mãe do menino Henry vem escrevendo uma carta sobre o relacionamento dela com o vereador Jairinho, onde afirma que foi agredida pelo parlamentar durante o início do namoro. Segundo Monique, em um dos episódios, o político teria pulado o muro da casa da mãe da professora e a enforcado.

Monique relatou aos advogados que após a morte de Henry sofreu pressão psicológica do vereador. De acordo com a professora, a ida ao salão de beleza dias depois do enterro do menino ocorreu porque Jairinho criticou sua aparência.

Também argumentam que a dinâmica do que aconteceu na noite em que Henry morreu, em 8 de março, foi bem diferente daquela narrada por Monique no primeiro depoimento. 

À polícia, a mãe do garoto contou que Jairinho dormiu depois de tomar um coquetel de medicamentos que induzem o sono, incluindo remédios controlados. Depois, disse que dormiu em seguida, e que de madrugada acordou primeiro e já encontrou o filho caído no chão. 

A decisão de ouvir Monique de novo depende da cúpula da Polícia Civil. Investigadores consideram que ela teve muitas chances de falar a verdade e dizem já ter provas suficientes para concluir o inquérito até esta sexta-feira (23). 

Ao BandNews TV, o Secretário Estadual de Polícia Civil Allan Turnowski afirmou que cabe ao delegado Henrique Damasceno, responsável pelas investigações, definir se a professora vai ser novamente ouvida. Já o promotor Marcos Kac, que acompanha o caso, também explicou que a decisão cabe unicamente ao delegado.

A mãe de Henry ainda vai poder ser ouvida durante o processo na Justiça.

A hipótese de acidente já foi descartada. Os peritos cravam que o menino de 4 anos foi agredido até a morte no dia 8 de março. 23 lesões foram encontradas no corpo do garoto. De acordo com o laudo, a sessão de tortura durou cerca de quatro horas. Especialistas acreditam que o garoto pode ter morrido por volta das 23h - quase cinco horas antes de ser levado ao hospital. 

Jairinho é vereador do Rio de Janeiro e era padrasto da criança, que morreu em 8 de março. Em 8 de abril, ele e a mãe de Henry, Monique Medeiros, foram presos temporariamente. O casal é investigado sob suspeita de homicídio duplamente qualificado (com emprego de tortura e sem chance de defesa à vítima), de atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas do caso. 

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