MP recorre de decisão que nega prisão a policiais envolvidos na morte de Heloisa

Segundo o Ministério Público Federal, 28 agentes da PRF estiveram na unidade onde Heliosa estava internada

O Ministério Público vai recorrer da decisão da Justiça que negou a prisão dos policiais rodoviários envolvidos na morte da menina Heloísa, atingida por tiros durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal, no Rio de Janeiro.  

Na decisão, o juiz alegou que não há provas de que os agentes estejam interferindo nas investigações e que não há informações sobre excessos ou ilegalidades anteriores. Ele também diz que não se pode negar a gravidade do caso, mas o monitoramento com tornozeleira eletrônica seria suficiente.

Segundo o Ministério Público Federal, 28 agentes da PRF estiveram na unidade onde Heliosa estava internada. O pai da menina, Willian Silva conta que foi intimidado por policiais a depor enquanto a filha ainda estava em cirurgia. "A minha esposa estava o tempo todo pedindo para esperar a cirurgia acabar para saber se, pelo menos, nossa filha iriaa viver. E um dos policiais falou: 'Ele não é Deus. Mesmo se ele não estiver aqui, ele não vai ter como fazer nada. Ele não é médico".

Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva estão proibidos de se aproximar da família de Heloísa e do carro onde ela e os parentes estavam. Para o juiz, também não há indícios de que os três tenham relações com os policiais que foram até o hospital onde a menina ficou internada por nove dias.

Os três envolvidos na abordagem que matou Heloísa seguem afastados das funções. A PRF afirma que enviou viaturas à unidade para dar apoio aos policiais e que vai apurar eventuais condutas individuais. "Falhamos quando não salvamos uma vida, nossa missão precípua. Ainda que estas falhas representem um recorte ínfimo do nosso todo, não podemos deixar de nos autoavaliarmos", disse Antônio Fernando Souza Oliveira, diretor-geral da PRF.

Para o pai de Heloísa, a decisão que negou a prisão dos policiais rodoviários federais deixa a sensação de impunidade. "Fiquei indignado. Sei que nada vai trazer a vida da minha filha de volta, mas quem tirou a vida dela tem que pagar. Isso aí é o mínimo que a gente exige", disse. "Que os policiais sejam responsáveis, tenha a responsabilização dos policiais. Era para a minha filha estar aqui com a gente agora, mas com essa atitude deles, covarde, a gente perdeu a nossa neném, nosso tesouro. Por causa de uma covardia", completou.

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