Carnaval de rua de SP gira a economia, atrai turistas e aposta na diversidade

Cidade de São Paulo tem blocos de rua que levam de 200 mil a 1 milhão de pessoas para as ruas, o que atrai turistas e movimenta a economia

Da redação

O maior bloco carnavalesco de São Paulo, o “Acadêmicos do Baixo Augusta”, arrastou 1 milhão de pessoas para as ruas no primeiro final de semana oficial de folia da cidade. A história do grupo se confunde com o processo de retomada da festa momesca na capital. Como a maioria, também começou com uma turma de amigos.

“Lá no início, eram pouquíssimos blocos, muito espalhados pela cidade. Hoje, em São Paulo, são mais de 600 blocos inscritos na prefeitura. E o Baixo Augusta teve um papel importante junto com esse crescimento”, relembrou Ale Natacci, presidente do Baixo Augusta.

Variedade de ritmos

Outro bloco bastante conhecido em São Paulo é o “Casa Comigo”. Na estrada da diversidade musical, há dez anos, o grupo agita mais de 200 mil foliões com vários ritmos, do pagodão ao funk.

“A gente foi pegando essas ideias das vivencias mesmo do carnaval de São Paulo, que depois virou pagodão, e colocamos um funk meio energia anos 2000 e ficou uma delícia”, comentou Cyz Mendes, vocalista do Casa Comigo.

Espaço para o rock

O Carnaval de São Paulo também se abre para o rock. O bloco Ritaleena, em homenagem à Rita Lee, também leva multidões para as ruas. A fundadora do grupo, Alessa Camarinha, destaca a rebeldia da artista que faleceu ano passado.

“Rita Lee é rebelde. Ela é subversão engraçada. Têm várias músicas que incitam figurinos e fantasias, como ‘Doce Vampiro’, ‘Erva Venosa’. Ela já estava lá na era carnavalesca”, pontuou Alessa.

1º bloco drag queen do Brasil

Na capital da diversidade, há 8 anos, nasceu o "Minhoqueens", nome que faz referência ao “Minhocão”, viaduto onde o bloco fez os primeiros desfiles, no Centro de São Paulo. Considerado o primeiro criado por drag queens do país, o grupo abriu alas para todo mundo.

“Vamos sair no Carnaval em cima do Minhocao! É um bloco de Carnaval para quem quer ser drag queen por um dia. Se monta e vai para o nosso bloco. Daí “Minhoqueens”, as drag queens do Minhocão”, disse Fernando Magrin, a “Mama Drag”, fundados do bloco.

Atração de turistas

Em 10 anos, o número de blocos de Carnaval, em São Paulo, passou de cerca de 30 para mais de 600. A cada ano, cada vez mais essa folia atrai turistas e artistas de fora.

A engrenagem do Carnaval de rua de São Paulo gira a todo vapor, como um grande negócio. Por exemplo, o diretor de produção geral do Baixo Augusta trabalha em outros seis blocos.

Tradição

A história do Carnaval de rua de São Paulo é bem antiga. O bloco mais velho em atividade tem 77 anos. Em 1947, ocorria o primeiro desfile do Bloco Esfarrapado pelas ruas do tradicional bairro do Bixiga, berço do samba paulistano.

“São 77 anos de tradição do meu querido Bixiga e minha comunidade Não tem palavra. Choro muito com o que olho, que começou no meu bairro, em 1947 até agora”, relembrou o aposentado Milton Credidio.

Atualmente, o Esfarrapado carrega mais de 30 mil foliões, mas a missão mais importante não é aumentar o número de seguidores.

“Para nós, manter a tradição e revelar o velho para o novo, manter a tradição, a resistência do Carnaval antigo para pessoas mais jovens, entender como funciona. Manter a tradição é manter a existência do Carnaval de rua”, relatou Jaime Souza, presidente do Esfarrapado.

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