Câmera na farda: número de mortes em ações da PM em SP cai com tecnologia

Neste mês, nenhuma morte foi registrada em ocorrências nos batalhões onde sistema foi implantado até agora

Márcio Campos, do Jornal da Band

Em São Paulo, nos 18 batalhões da Polícia Militar em que o uso de câmeras nos uniformes passou a ser adotado, os índices de mortes nas ações dos policiais despencaram.

O equipamento registra todos as ações dos policiais. Acopladas ao uniforme, as câmeras portáteis gravam vídeo e áudio no ângulo de visão do policial. O turno inteiro de serviço é registrado automaticamente, sem a necessidade de ser acionada manualmente.

“A redução do uso da força também acontece porque o criminoso reconhece muito bem o que é vantajoso para ele. Não é vantajoso para o criminoso ser gravado. Então, as ações violentas contra a polícia vão diminuir, porque hoje, quem atentar contra a vida do policial estará gravado”, analisou o coronel Robson Duque.

No mês passado, subiu de três para 18 o número de batalhões que usam o equipamento. Entre eles, a Rota e o Baeps (batalhões especiais da polícia paulista), com alto índice de letalidade nas ocorrências. Só a Rota acumula 386 mortes em confrontos desde 2016.

Em junho, fez um ano que as câmeras começaram a ser usadas no uniforme dos policiais militares em São Paulo. Neste mês, nenhuma morte foi registrada em ocorrências nos batalhões onde o sistema foi implantado até agora. 

De acordo com a PM, nos últimos dois anos, houve uma redução de 36% nas mortes em confrontos com suspeitos.

Atualmente 3 mil câmeras estão em operação. Outras 7 mil devem ser compradas até o início do ano que vem. As imagens gravadas são armazenadas online, sob um forte esquema de segurança, que impede que elas sejam violadas.

O custo mensal é de R$ 1,2 milhão para operar o sistema.

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