Depois de reuniões com o presidente da câmara e com o ex-presidente Jair Bolsonaro, se depender dos líderes da oposição, o plenário vai ficar devagar. Eles afirmam que foi fechado um acordo entre PL, Novo e setores dos Progressistas e do PSD para uma espécie de “greve de votações”.
É a chamada obstrução, quando deputados chegam a sair dos gabinetes rumo ao plenário mas ao chegar não votam ou dificultam o andamento da sessão. Objetivo é pressionar para que o projeto de anistia do 8 de janeiro seja decidido logo.
O texto ainda está sendo negociado mas a ideia é que todos os condenados pelos ataques às sedes dos três poderes em 2023 sejam perdoados.
"Nós precisamos resolver e soltar as pessoas que estão presas injustamente, gente há mais de dois anos presa e que nunca deveriam estar lá. E esta é a nossa preocupação", diz Sóstenes Cavalcante, líder do PL.
A base do governo se mobiliza para tentar engavetar o texto. E afirma que existem projetos mais importantes na pauta, como o fortalecimento do arcabouço fiscal e o fim dos supersalários no setor público.
"A gente tem clareza de que não há espaço para anistia e não passará nem no plenário da Câmara, nem no Senado e nem no Congresso Nacional", comenta João Daniel, deputado federal PT/ SE
Em sua viagem à Ásia na semana passada, Lula conversou com os presidentes da Câmara e do Senado. Davi Alcolumbre já disse que a anistia e a redução das penas dos envolvidos no 8 de janeiro “não são prioridade” no Senado. Já Hugo Motta tem emitido sinais trocados, ora a favor, ora contra a discussão na Câmara. Na avaliação de líderes partidários, num cenário de possível aprovação, a proposta deve ser questionada no Supremo Tribunal Federal.