Um hacker que trocou de lado ajudou o FBI a desmontar o maior esquema internacional de tráfico de drogas já descoberto pelas polícias de 17 países. Os criminosos brasileiros também morderam a isca. As informações são do Jornal da Band.
A ação contra o crime organizado global teve investimento na inteligência e na tecnologia. Cerca de 12 mil celulares usados por criminosos eram monitorados pelas autoridades dos Estados Unidos.
Os números impressionam: 27 milhões de mensagem em 45 idiomas, trocadas em quase 100 países. Entre eles, o Brasil. A operação levou 800 pessoas para a cadeia e apreendeu toneladas de drogas.
Tudo isso só foi possível porque o FBI conseguiu enganar as quadrilhas, que usam plataformas criptografadas para se comunicar e planejar crimes como tráfico, lavagem de dinheiro, sequestros e até assassinatos. Toda a comunicação ia direto para os policiais, sem que os criminosos suspeitassem.
A ideia surgiu em 2018, quando o desenvolvedor de uma plataforma clandestina foi preso pelo FBI. Em troca de uma redução de pena, o hacker passou a trabalhar para as autoridades e deu total acesso ao que era transmitido no sistema para a polícia.
A plataforma era o Anom, que, ao longo dos anos, passou a ser cada vez mais utilizada por criminosos com a promessa de transformar o celular em um aparelho capaz de trocar mensagens seguras e criptografadas, dificultando o rastreio.
Um documento da Justiça dos EUA mostra parte do resultado da interceptação dessas comunicações: centenas de milhares de euros e dólares apreendidos, além de toneladas e mais toneladas de cocaína – que é enviada principalmente de portos brasileiros para a Europa.