O Brasil teve um aumento na procura por remédios psiquiátricos. Entre 2017 e 2021, o aumento foi de 58% na procura por medicamentos para a saúde mental, segundo dados do Conselho Federal da Farmácia. Mas para boa parte dos brasileiros, os gastos com tratamentos dificultam o equilíbrio no orçamento.
É o caso da empresária Patrícia Freitas, que espera usar um medicamento disponível gratuitamente pelo SUS e diminuir os custos do tratamento contra a depressão. “Gasto pelo menos R$ 1800 ao ano, considerando que opto pelos genéricos. Se fosse pelos de renome, aí eu dobraria o valor”, afirma.
As medicações são muitas vezes as melhores saídas para amenizar sintomas ou curar quem sofre algum problema do tipo. Mas nem todos têm acesso a eles, a maioria é comercializada por um preço muito caro e não estão disponíveis pelo SUS.
Para Antônio Geraldo da Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, é preciso adaptar o tratamento para quem não conseguir pagar por ele. “Você tem que trabalhar, muitas vezes, pegar a lista de medicamentos do que você tem no sistema público de saúde e falar assim: o que eu posso prescrever hoje? Porque fora da farmácia dessa lista, do sus, se eu prescrever, a maioria não vai poder comprar”, pontua.
O psiquiatra pontua que as doenças mentais influenciam e muito no modo de trabalhar, o que pode atrapalhar ainda mais o orçamento. “Lembrando, sempre, 5 das 10 causas que mais afastam do trabalho são doenças mentais. Mesmo assim, não é valorizado. Você não cuida de quem padece de doença mental no nosso país”, diz.