O Brics, grupo que reúne as principais economias emergentes, é um mercado que movimentou172 milhões de dólares para o Brasil entre importações e exportações. As negociações com países do bloco cresceram 4% em 2024.
Além do Brasil, o grupo reúne China, Rússia, Índia, África do Sul e os recém-incluídos Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
Nesta quarta-feira (1º), o governo brasileiro assumiu a presidência rotativa e se prepara para receber a cúpula do grupo em julho, no Rio de Janeiro. O plano é aumentar a relevância do bloco no cenário mundial, sem entrar em colisão com os Estados Unidos.
Donald Trump toma posse no dia 10 como novo presidente dos EUA. Ele já ameaçou aplicar 100% de tarifas sobre produtos do Brics, se uma moeda comum for criada pra transações no grupo, deixando, consequentemente, o dólar de lado.
“Qualquer tipo de movimento em relação a ao comércio internacional, em relação ao abandono de uma tradição, de um padrão que controla geopolítica e econômica do planeta, vai ter influência na economia dos países, e será que nós estamos num momento bom para a gente entrar com mais esse problema na nossa economia? Então, acho que temos que pensar um pouco mais”, pontuou Alexandre Peres Teixeira, professor doutor de Direito Internacional.
Fontes do Itamaraty afirmam que a moeda comum não será prioridade durante a presidência brasileira, apesar de uma das agendas anunciadas ser o desenvolvimento de meios de pagamento para o comércio no bloco. A avaliação é que há outros temas mais urgentes e mais simples.
Entre as prioridades, estão a proteção ao meio ambiente, combate a mudanças climáticas, troca de informações sobre inteligência artificial e projetos de cooperação, com foco em saúde pública.