Imagine ter o dia-a-dia interrompido de um momento para o outro, por causa de bombardeios? Foi o que aconteceu com milhares de moradores do Líbano, que precisaram sair correndo e deixar tudo para trás, sem rumo, em busca de abrigo contra ataques israelenses. Dentre os moradores, brasileiros como Fatima Cheaitou precisaram deixar o país como puderam.
A jovem, que conseguiu sair do Líbano pelo Aeroporto de Beirute, passou dias tentando sair do Líbano até conseguirem um voo para a França e depois para o Brasil. Agora, se preocupam com as notícias que chegam de lá.
"Talvez a gente volte e a nossa casa e tudo não esteja lá. Talvez a gente volte e nossos familiares não estejam lá. Então você fica angustiada o tempo todo", lamenta.
Leni Souza, que é podóloga e está ainda no Líbano, teve que sair de casa correndo e agora tenta deixar o Líbano. Ela conta o desespero em meio aos bombardeios na cidade onde morava, no sul do país, aconteciam. "Sabe o que é deixar tudo, tudo? Sair de casa, com os pertences. Hoje agradecemos a Deus, o mais importante é a vida, mas saímos sem ter lugar para ficar", conta a podóloga.
A família só arrumou onde ficar dias depois, com a ajuda de um funcionário em um posto na estrada. "A gente já tinha visitado vários abrigos durante o percurso, em escolas, igrejas, mesquitas, para ver se tinha lugar para a gente ficar e não encontramos. Estava tudo lotado, tem pessoas nas ruas, porque não conseguiram lugar para ficar", afirma.
Agora, Leni espera embarcar no voo da Força Aérea Brasileira rumo ao Brasil. O primeiro voo da FAB pousou em Lisboa nesta quarta-feira (2) e deve trazer do Líbano 220 pessoas que devem ser repatriadas até o fim de semana neste primeiro voo. "Aguardamos o contato e, se não for nesse primeiro voo, aguardamos que seja em outro. Esperamos e rezamos para não baterem no aeroporto", diz.