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'Talvez a gente volte e nossos familiares não estejam lá', diz brasileira que saiu do Líbano

Moradores como Fatima Cheaitou precisaram sair correndo de casa, sem rumo, em busca de abrigo contra ataques de Israel

Olívia Freitas

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Imagine ter o dia-a-dia interrompido de um momento para o outro, por causa de bombardeios? Foi o que aconteceu com milhares de moradores do Líbano, que precisaram sair correndo e deixar tudo para trás, sem rumo, em busca de abrigo contra ataques israelenses. Dentre os moradores, brasileiros como Fatima Cheaitou precisaram deixar o país como puderam.

A jovem, que conseguiu sair do Líbano pelo Aeroporto de Beirute, passou dias tentando sair do Líbano até conseguirem um voo para a França e depois para o Brasil. Agora, se preocupam com as notícias que chegam de lá. 

"Talvez a gente volte e a nossa casa e tudo não esteja lá. Talvez a gente volte e nossos familiares não estejam lá. Então você fica angustiada o tempo todo", lamenta. 

Leni Souza, que é podóloga e está ainda no Líbano, teve que sair de casa correndo e agora tenta deixar o Líbano. Ela conta o desespero em meio aos bombardeios na cidade onde morava, no sul do país, aconteciam. "Sabe o que é deixar tudo, tudo? Sair de casa, com os pertences. Hoje agradecemos a Deus, o mais importante é a vida, mas saímos sem ter lugar para ficar", conta a podóloga.

A família só arrumou onde ficar dias depois, com a ajuda de um funcionário em um posto na estrada. "A gente já tinha visitado vários abrigos durante o percurso, em escolas, igrejas, mesquitas, para ver se tinha lugar para a gente ficar e não encontramos. Estava tudo lotado, tem pessoas nas ruas, porque não conseguiram lugar para ficar", afirma. 

Agora, Leni espera embarcar no voo da Força Aérea Brasileira rumo ao Brasil. O primeiro voo da FAB pousou em Lisboa nesta quarta-feira (2) e deve trazer do Líbano 220 pessoas que devem ser repatriadas até o fim de semana neste primeiro voo. "Aguardamos o contato e, se não for nesse primeiro voo, aguardamos que seja em outro. Esperamos e rezamos para não baterem no aeroporto", diz. 

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