Até maio, a renda da atendente Aline Gabriell de Jesus era de R$ 200 por semana, fazendo bicos. Ao conseguir o primeiro emprego com carteira assinada, ela passou a receber quase R$ 2 mil por mês.
“Dá um ânimo para pensar no futuro. Dá para pensar em coisas amais, na minha casinha, coisas que antes eu já não conseguia”, disse Aline.
Essa percepção foi captada por uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Os números mostram que, para quase um quarto dos brasileiros, o item "emprego e a renda" (23%) foi o que mais melhorou este ano, seguido de saúde (9%), educação (7%), fome e pobreza (6%), inflação e custo de vida (4%) e corrupção (4%).
Emprego tem. Por enquanto, para quem quiser trabalhar, tem serviço (Luís Manoel Cosme, polidor)
A saúde aparece no topo da lista das prioridades dos brasileiros para o ano que vem (30%), mas também foi citada como o que maior piorou no país este ano (18%).
Ainda conforme a pesquisa, a maior parte da população (80%) avalia que, em 2024, a vida pessoal e familiar ou melhorou (46%) ou ficou igual (34%). O otimismo segue para a virada do ano. Quase o mesmo percentual (75%) acredita que a situação se manterá ou melhorará em 2025.
Mas como essa percepção da população, realmente, afeta a economia? O pesquisador Samuel Pessoa, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que tal otimismo popular tende a aumentar o consumo e até mesmo investir mais.
“O fato de elas estarem otimistas significa que vão tocar a vida delas, vão gastar, investir. A pessoa que tem pequena empresa vai trocar equipamento. Isso sinaliza que tudo isso vai andar ano que vem, porque otimismo faz com que as pessoas tomem decisões de gasto, seja para o consumo, para pequenos investimentos”, explicou o especialista.