Mesmo em queda, o desemprego ainda atinge 70 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD contínua do IBGE. Mas, apesar do número alto de desempregados, há setores da economia que têm vagas sobrando, principalmente na área técnica.
Nelson Cabral, diretor de relações institucionais, explica haver um campo enorme a ser desenvolvido. "Hoje existem mais de 2 milhões de vagas abertas em área técnica e que não tem profissional para colocar. Então, há um campo enorme para ser desenvolvido nesse aspecto. É uma questão de adequar essa mão-de-obra para essas empresas, que as oportunidades aparecem", afirma.
E onde estão todas essas vagas? Metade está no setor de serviços, em segundo lugar, na indústria, seguida por construção e agropecuária. E há outros que estão em crescimento, aumentando a quantidade de empregados com carteira assinada.
Um desses setores é o varejista, onde as farmácias são as que mais empregam atualmente. Miguel Gallo, de 19 anos, acabou de conseguir o primeiro emprego em uma farmácia e já faz planos. "Conseguir nesse meio, conseguir ajudar minha família, pessoas próximas e até clientes, ter um bom ambiente de trabalho. Consegui ajudar a maioria das pessoas próximas a mim", celebra.
As farmácias oferecem vagas para todas as idades, principalmente para o primeiro emprego, como explica Daniel Moraes, diretor de Gente e Cultura da Raia-Drogasil. "São 2.500 vagas de atendentes que trabalham no caixa, que é o primeiro passo para entrar na companhia. Todo mês temos uma média de 1,5 mil pessoas que a gente contrata", diz.
O emprego está em alta. Levando em consideração os registros em carteira de trabalho, foram oferecidas 719 mil vagas, número 34% maior que o registrado no mesmo período no ano passado, segundo a Fecomércio de São Paulo. Jaime, assessor econômico do órgão, já prevê que as vagas oferecidas cresçam ainda mais.
"Temos a previsão de que geraremos tranquilamente mais de 1 milhão de vagas. Em uma visão otimista, bateremos também 1,5 milhão de vagas. Foi o que aconteceu em 2023 e mostra a resiliência do mercado de trabalho", explica.
Concursos são esperança de emprego
Rosely dos Santos, que ainda não encontrou a vaga que busca no mercado de trabalho, tem a esperança de sair do desemprego a partir de um concurso público. "A saída é focar, aí seja o que Deus quiser. Já fiz em Peruíbe, na praia. Sou de Santa Catarina, também prestei lá, prestei em Osasco também", conta.
José Pastore, presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomércio de São Paulo, avalia que os concursos podem aliviar a questão do desemprego. "Há uma série de ações que podem indicar a geração de muitos empregos. Um exemplo são os governos federal, estadual e municipal que estão abrindo muitas vagas. Isso é geração de emprego direto", diz.