Brasil diverge da China e Rússia sobre ampliação indiscriminada do Brics

No último dia da Cúpula do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul anunciou seis novos integrantes

Da redação

Brasil diverge de Rússia e China
Reuters

O Brasil, Índia e África do Sul formaram maioria para impedir a adesão indiscriminada de membros ao Brics, o bloco econômico formado pelas principais economias emergentes do mundo (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Já a China e Rússia aceitariam a entrada de qualquer país interessado num universo de mais de 20 candidaturas.

O aceite da Etiópia foi de última hora, a pedido do presidente sul-africano, Cyril Ramaposa, na intenção de fortalecer o continente africano.

A maioria que aceitou apenas a Argentina, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito e Arábia Saudita entendeu que o crescimento gradual do Brics impedirá que o bloco se torne uma plataforma geopolítica dos chineses e russos contra o G7, grupo das economias mais industrializadas liderado pelos Estados Unidos.

O secretário-geral das Organizações Unidas (ONU), Antonio Guterres, criticou as estruturas de governança global, um reflexo do mundo depois da Segunda Guerra, inclusive o Conselho de Segurança da entidade.

A afirmação reforça a campanha do Brasil, Índia e África do Sul para integrarem o Conselho de Segurança da ONU. Atualmente, o colegiado é dominado pelos Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. A declaração final da cúpula defende uma reforma abrangente na entidade.

O Brics também desenvolverá uma plataforma de transações comerciais nas moedas dos países do grupo para reduzir a dependência do dólar.

Antes de partir da África do Sul em direção a Angola, Lula falou com jornalistas brasileiros.

“A geopolítica começa a mudar, e a gente ganha consciência que os países em desenvolvimento precisam se organizar. Queremos garantias que seremos tratados em igualdade de condições”, disse Lula.

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