Em Brasília, o governo analisa o alcance das novas barreiras comerciais americanas. A intenção é negociar com os Estados Unidos antes de decidir sobre possíveis retaliações. Nesta segunda-feira (7), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, disse que o momento é de cautela.
“Depois dessas tarifas, não sabemos como isso vai ficar. Quando tivemos o ataque às Torres Gêmeas mudando a conformação política mundial e acima de tudo de readequação de forças, nós temos agora o 2 de abril de 2025 também como uma mudança de parâmetro e de comportamento para os países, que até então tinham como concepção o multilateralismo, o livre mercado", disse Motta.
No Planalto há uma certeza: o caminho mais seguro é o da negociação. O Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio preparam uma lista para confirmar com autoridades americanas quais serão as taxas aplicadas sobre cada produto, e quais ficam de fora do tarifaço.
Entre os itens que ficaram isentos, de acordo com a decisão de Trump, estão o petróleo, madeira, ouro e cobre, artigos importantes da pauta de exportações brasileiras.
O presidente Lula ainda não decidiu se pretende retaliar e subir as tarifas para os Estados Unidos, como permite o projeto da reciprocidade aprovado pelo Congresso Nacional.
O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações afirma que uma guerra comercial pode ter resultados imprevisíveis.
“Por mais que o Brasil possa tirar uma vantagem aqui, ou ter uma oportunidade ali, mas no final vai ficar ruim para todo mundo”, disse Jorge Viana.