Um negócio milionário, que envolve elaborados esquemas de logística e muita corrupção para funcionar. O tráfico internacional de cocaína, o “ouro branco”, desafia autoridades no mundo inteiro.
Na Europa, onde a droga vale até 40 mil euros o quilo, a polícia precisa lidar com alianças perigosas para combater esse tipo de crime. Uma delas é a ligação entre o narcotráfico e a máfia, que se organizam para a entrada e a venda da cocaína no continente europeu.
Pela localização geográfica, o Brasil – com seus portos – é a principal roda de envio da cocaína na América do Sul para a Europa. Mas o País se tornou também um refúgio para criminosos estrangeiros.
Araçariguama, pequeno município de pouco mais de 20 mil habitantes na Grande São Paulo, foi um deles. A pacata cidade foi o esconderijo de um traficante italiano por quatro anos.
Massimo Iacozza, de 43 anos, era conhecido na cidade como um trabalhador da construção civil que deixou a Europa para viver no Brasil. Só que, na verdade, ele é integrante do clã Zizzo, grupo criminoso italiano ligado às máfias 'Ndrangheta e Camorra.
Iacozza respondia em prisão domiciliar a um processo por associação para o tráfico na Itália. Quando foi condenado a nove anos de cadeia, fugiu para o Brasil. Chegando aqui, conseguiu na Justiça uma união estável com uma brasileira para regularizar sua situação.
Iacozza, que é apontado como responsável pelo transporte e pela venda de cocaína nos arredores de Roma, estava na lista de procurados pela Interpol e foi preso pela Polícia Federal. Agora, aguarda o processo de extradição após prisão preventiva decretada pelo STF.
Em dois anos, o Supremo expediu 50 ordens de prisão de estrangeiros acusados lá fora de crimes, a maior parte por tráfico internacional de drogas. Eles são de 20 países – os com maior número de foragidos são Uruguai, Argentina e Itália. As informações são de Rodrigo Hidalgo, do Jornal da Band.