Brasil adota cautela com Venezuela; Lula deve falar com Maduro nesta semana

Os presidentes de México e Colômbia também irão participar da conversa

Por Túlio Amâncio

O presidente Lula terminou a visita oficial ao Chile tentando evitar novas declarações sobre a crise na Venezuela. A expectativa é que nesta semana o presidente tenha uma ligação com o ditador Nicolás Maduro junto com os presidentes de México e Colômbia.

Pela manhã, Lula recebeu a prefeita de Santiago Irací Hassler. Ela é filha de brasileiros e apontada no Chile como possível sucessora do presidente Gabriel Bóric. Logo depois, o presidente esteve com o ex-presidente chileno Ricardo Lagos.

A crise na Venezuela estava no cardápio de um jantar na casa do embaixador brasileiro no Chile, junto com o assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, e o chanceler Mauro Vieira. 

Segundo fontes do governo, Lula disse que sabe o desgaste que sofre por não ter uma postura mais dura contra maduro, mas que vai continuar apostando no diálogo. O presidente foi questionado por jornalistas sobre a Venezuela e evitou falar sobre o tema.

O ministro da defesa da Venezuela, general Vladimir Padrino, disse nesta terça-feira (6) que os militares têm "lealdade absoluta" a Nicolás Maduro.

A comunidade internacional segue pressionando para que o regime chavista divulgue as atas das eleições presidenciais. O CNE, que é o conselho eleitoral, disse hoje que entregou todas as provas da vitória de Maduro para a corte suprema do país, que assim como o conselho é alinhada ao chavismo.

Enquanto isso, na oposição, o receio de que Maria Corina e Urrutia sejam presos aumenta. O ministério público abriu investigação penal contra os dois. Corina divulgou uma mensagem nas redes sociais onde anunciou um recuo nas manifestações contra os resultados. "Nem sempre temos que ser reativos. Uma pausa operativa para assegurar que a estratégia está alinhada e pronta para seguir com a ação".

Na volta ao Brasil, a expectativa é pelo telefonema entre Lula e Maduro, mas os presidentes da Colômbia e do México também devem participar. O trio de líderes deve pedir o fim da escalada de violência na Venezuela e pressionar por transparência dos resultados. A chamada deve acontecer entre quarta e quinta-feira.

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