O general Walter Braga Netto está preso numa cela individual, na Vila Militar do Rio De Janeiro. Nesse contexto, o Jornal da Band deste sábado (14) mostrou que a prisão de um militar de tamanha patente, de quatro estrelas, mexeu com uma tradição de hierarquia do Exército.
A tradição prevê que o militar preso tenha patente inferior ao chefe da unidade onde estiver detido. A 1ª divisão do Exército é subordinada ao Comando Militar do Leste, onde o comandante é um general, também de quatro estrelas, mas da ativa, com prerrogativa acima de Braga Netto, da reserva. Assim, o costume foi preservado.
Essa é pela primeira vez que um general de quatro estrelas foi preso no Brasil. Em nota, o Exército disse que colabora com as investigações e que não se manifesta sobre processos conduzidos por outros órgãos.
Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, no governo de Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto foi preso por obstrução de justiça, ou seja, agiu para atrapalhar as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. Tal acusação está posta na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), quem ordenou o encarceramento do militar.
Junto com o ex-presidente Bolsonaro, Braga Netto está entre os indiciados no inquérito do golpe pela Polícia Federal (PF). O relatório já passou pela apreciação de Moraes, que o tornou público, e está sob análise da Procuradoria Geral da República.
Sobre a prisão, a defesa de Braga Netto informou que comprovará que não houve obstrução de justiça. A respeito do inquérito do golpe, no momento em que foi indiciado, chegou a fazer postagens em que negou participação em trama contra as instituições democráticas.