O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar a aprovação para a vacinação infantil contra a Covid-19 nesta quinta-feira (6), durante uma entrevista para um canal de TV de Pernambuco.
Ele minimizou as mortes de crianças causadas pelo coronavírus, questionou a atuação da Agência Nacional De Vigilância Sanitária (Anvisa) e chamou os que defendem a imunização infantil de “tarados por vacina”.
"Você vai vacinar o teu filho contra algo que o jovem, por si só, uma vez pegando o vírus, a possibilidade dele morrer é quase zero. O que que está por trás disso? Qual o interesse da Anvisa por trás disso aí? Qual o interesse daquelas pessoas taradas por vacina? É pela sua vida, pela sua saúde?”, questionou Bolsonaro, sem embasar de onde tirou tais dados.
Em nota, a Sociedade Brasileira de Pediatria criticou as falas do presidente e afirmou que o Brasil “deve temer a doença, nunca o remédio”.
Desde o início da pandemia, 308 crianças entre 5 a 11 anos morreram no Brasil.
O texto da Sociedade de Pediatria lembrou que estudos comprovaram a eficácia e a segurança da vacina e que a vacinação é importante para reduzir o número de mortes nessa faixa etária no Brasil, que apresenta indicadores mais expressivos quando comparado a outros países.
A Anvisa ainda não se manifestou sobre as declarações de Bolsonaro. Além da agência brasileira, que autorizou a imunização dessa faixa etária em 16 de dezembro, órgãos da Europa e Estados Unidos também avaliaram e recomendaram a vacinação infantil contra a Covid-19.
O Brasil deve receber nos próximos dias quase quatro milhões de doses da vacina infantil da Pfizer contra a Covid das 20 milhões de doses pediátricas previstas para o primeiro trimestrs. A vacinação das crianças de 5 a 11 anos vai coincidir com a volta às aulas. O Rio de Janeiro já divulgou que começara a campanha em 17 de janeiro.
O governo federal recuou da ideia de exigir a prescrição médica para a vacinação infantil, que vai começar quase um mês depois da autorização da Anvisa.