A Polícia Federal (PF) intimou Jair Bolsonaro (PL) e mais 10 pessoas a prestarem depoimento na próxima quinta-feira (22) na investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente da República, porém, avisou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não falará enquanto não tiver acesso ao inquérito.
Os agentes vão confrontarão versões apresentadas por Bolsonaro com falas dele próprio na reunião ministerial de junho de 2022, ocasião em que disse que algo precisaria ser feito antes das eleições do ano passado.
Bolsonaro também terá que responder sobre reuniões no Palácio da Alvorada. O ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirma que, nos encontros, foi discutida uma minuta do golpe que previa o fechamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a prisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, e a manutenção de Bolsonaro no poder, com apoio das Forças Armadas.
A defesa de Bolsonaro enviou petição ao STF para informar que Bolsonaro não vai depor enquanto não tiver acesso a todo o material do inquérito, inclusive as mídias com gravações de áudio e vídeo.
Outros 10 investigados foram intimados, a exemplo dos generais Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022, e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
Os investigadores querem ouvir todos ao mesmo tempo, numa tentativa de evitar a combinação de respostas. Como são muitos depoimentos, a PF pode dividir os investigados em dois grupos a serem ouvidos em dois dias.