Jair Bolsonaro conversou nesta terça-feira (6) com o presidente russo Vladimir Putin sobre a compra e produção da vacina Sputnik V, já aplicada em 50 países, mas que ainda não teve o aval da Anvisa para seu uso no Brasil.
Após a conversa, o presidente brasileiro confirmou que o País não apenas vai comprar doses prontas do imunizante russo, mas quer se transformar em polo exportador da Sputnik ao fabricá-la nacionalmente. Putin disse que o imunizante teve taxa média de eficácia acima 85%. Por isso, a pressão está toda sobre a agência. As informações são do Jornal da Band.
"Dependemos ainda de resolver alguns entraves aqui no Brasil e estamos ultimando contatos com as demais autoridades, entre eles, a Anvisa de como nós podemos, efetivamente, importar essa vacina”, disse o presidente após a reunião.
Ficou acertado o envio de uma missão da Anvisa para a Rússia até a próxima semana, no máximo. É uma maneira de destravar o que a agência chama de "falta de informações técnicas" sobre a vacina para permitir o uso no Brasil.
No Planalto, ministros afirmam que o imunizante é um dos poucos no mundo que pode suprir a demanda aqui no curto prazo. E como a previsão é de que a matéria prima seja fabricada no distrito federal, o país seria autossuficiente na produção.
A Anvisa também foi cobrada pelos 11 governadores, que compraram mais de 60 milhões de doses da Sputnik. Eles pediram à agencia "rapidez, bom senso e boa vontade" em um momento crítico da pandemia.
Autoridades russas conversaram hoje com os governadores e reclamaram da demora. Disseram que já enviaram mais de 10 mil páginas de informações e dados da vacina, mas a Anvisa tem respondido que o material ainda não é suficiente para o registro. Uma alternativa discutida é facilitar a importação das doses, como disse o governador da Bahia em entrevista à Rádio Bandeirantes.
“Espero que haja sensibilidade e rapidez pra que a gente, agora em abril ainda, possa receber o primeiro lote. Está previsto dois milhões [de doses]. Nós estamos dialogando pra tentar antecipar uma quantidade maior: em maio, 5 milhões de doses, em junho, 10 milhões, e em julho, 20 milhões de doses”, disse o governador Rui Costa (PT).