Kiss: homenagens às vítimas tiveram arte e vigília após 10 anos da tragédia

Tragédia causada por incêndio na boate Kiss e que culminou na morte de 242 jovens completou 10 anos nesta sexta-feira (27)

Da redação

A tragédia da boate Kiss completou 10 anos nesta sexta-feira (27). Naquele 27 de janeiro de 2013, um incêndio na casa noturna matou 242 jovens em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul. Homenagens e indignação pela impunidade marcaram a data.

A Band conversou com Darci Andreatta, um pai que perdeu o filho na tragédia. Agricultor, ele questiona a impunidade.

“É massacrante, mas também a gente não pode passar em vão. Hoje, são 10 anos e ainda parece que não tem culpados”, lamentou o agricultor.

O incêndio

O incêndio foi iniciado com o fogo do sinalizador usado no show da banda Gurizada Fandangueira. As chamas se espalharam rápido pela espuma do teto. A balada estava superlotada e só havia uma porta de saída.

Sem saber do incêndio, muitos seguranças impediram alguns jovens de deixar o local sem pagar a comanda. Na confusão, no meio de tanta fumaça, muitos outros não conseguiram achar a saída. Além dos mortos, mais de 600 pessoas ficaram feridas.

Processos

No final de 2021, quatro réus foram condenados a cerca 20 anos de prisão por homicídio simples com dolo eventual, mas o julgamento foi anulado devido a irregularidades. Todos foram soltos, depois de passarem oito meses detidos:

  • os sócios da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffman;
  • o vocalista da banda, Marcelo de Jesus; e
  • o auxiliar do grupo, Luciano Bonilha.

O Ministério Público entrou com recurso, mas não há prazo para análise da Justiça nem de um novo julgamento.

Memorial

Nos últimos anos, o palco da tragédia se tornou um memorial para familiares e amigos das vítimas. O prédio da boate é modificado todos os anos. Pinturas e cartazes na fachada pedem justiça.

Uma vigília foi montada na rua durante a madrugada. As homenagens vieram em forma de danças, colagens e lágrimas, como as de Marilene da Costa, diarista que também perdeu a filha na tragédia. Hoje, ela ajudou a soltar 242 balões na praça central da cidade, um para cada vítima.

“Eu escrevi um bilhetinho para ela: ‘Nath, você continua brilhando. Como eu sempre disse, ela era minha estrela e continua brilhando. Aí mandei o balãozinho para ela e disse: ‘Pega, minha filha! A mãe está mandando para ti’”, disse Marilene.

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