Emoção e alívio! Foi assim que os moradores de Santa Maria receberam a condenação dos quatro réus no caso da boate Kiss. Nas ruas da cidade do interior do Rio Grande do Sul, o assunto foi a tragédia que vitimou 242 pessoas.
“Essa questão é muito intensa na cidade. Pessoas que vêm visitar têm curiosidade de saberem onde era a boate, o que aconteceu, de que forma foi. Quanto à impunidade, se tira, mas o acontecido a gente vai levar para o resto da vida”, comentou Thiago Donadel, assistente social que mora em Santa Maria.
Para a família de Vinícius Rosado, enfim, chegou o alívio tão desejado. O jovem foi um dos mortos na tragédia e virou notícia no mundo inteiro por ter ajudado a salvar 14 pessoas naquela noite. Na casa dos pais, há a lembrança de um rapaz sorridente e muita emoção pela saudade.
“Agora foi feita a justiça. Isso conforta um pouco mais, sim. Era o que o Vinícius iria querer, que a gente seguisse em frente, que a gente não ficasse triste. Estamos conforme ele queria”, disse Lilia Montardo, mãe da vítima.
A palavra “impunidade” permanece pintada na fachada da boate, mesmo após a condenação dos réus. Quase nove anos depois do incêndio, os moradores tentam escrever uma nova história, sem se esquecerem das lições que a tragédia deixou.
“Eu acho que, para as famílias, esse era o momento mais esperado. Não tem como trazer aqueles jovens de volta, mas eu acho que a justiça precisava dar um retorno para a sociedade e para esses pais”, pontuou a psicóloga Maria Luiza Schreiner.