Banco Central é questionado sobre juros altos após manter a Selic em 13,75%

O juro alto afeta toda a cadeia de produção, que usa crédito para manter o negócio girando

Por Roberta Scherer

A queda no preço dos alimentos foi o que mais influenciou na desaceleração do IPCA nos últimos meses. Efeito principalmente do barateamento de insumos agropecuários.

A expectativa de que a inflação em queda fizesse o Banco Central sinalizar um corte na taxa básica de juros, nesta quarta-feira (21), não se confirmou. O juro alto afeta toda a cadeia de produção, que usa crédito para manter o negócio girando.

“Eu acho que é uma dose exagerada. É como se o Banco Central estivesse aumentando a taxa de juros ao ficar parado em um ambiente em que a inflação cai. A dose é muito pesada. Uma carga exagerada”, diz o economista Paulo Gala.

Os juros reais acima da Selic refletem, por exemplo, no valor dos condôminos. O preço que o paulistano paga de condomínio por mês aumentou até 16% nos quatro primeiros meses deste ano, em relação a igual período de 2022. Os dados são do índice Data Lello, instituto de pesquisas da Lello. 

A Selic em 13,75% ao ano não deve ajudar a baixar preços atrelados à inflação passada.

"Se a gente somar luz, água e folha de pagamento, temos de 60% a 70% do valor de tudo que é gerado no condomínio", diz Angélica Arbex, diretora da Lello Condomínios.

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