A administradora Maria de Lourdes Bedoni fez como muita gente: deixou de tomar a dose de vacina da gripe para não conflitar com o calendário de vacinação contra a Covid-19.
“Eu não tomei antes, na campanha, por conta da Covid, que eu tinha tomado as vacinas e não quis misturar os vírus. Então, esperei um pouquinho. Agora já passou um tempo e estou voltando para tomar”, contou.
A baixa procura pela vacina da gripe durante a campanha realizada no outono contribuiu para o aumento de casos agora em dezembro.
Com isso, muitas pessoas têm buscado postos de saúde e clinicas particulares para se proteger da nova variante do vírus H3N2, chamada de Darwin.
“Está muito além do que a gente esperava, do que é comum acontecer em dezembro” conta Carlos Magalhaes, dono de uma clínica.
O problema é que as vacinas disponíveis em estoque não protegem contra a variante que está causando esses surtos de gripe comum. A expectativa é de que apenas no ano que vem serão produzidos imunizantes capaz de frear esta nova cepa do vírus Influenza.
Mesmo assim, especialista recomendam a aplicação das doses que sobraram da campanha deste ano. “Há sempre uma perspectiva de algum grau de proteção parcial, de imunidade cruzada, como nós chamamos. Vacinar contra gripe contra um tipo acaba desencadeando algum tipo de resposta protetora para os demais tipos”, disse Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações.
A Bahia registrou a primeira morte da variante Darwin. A vítima, uma mulher de 80 anos, não estava vacinada contra a gripe.