A bacia do Rio Paraná enfrenta maior seca dos últimos 22 anos, o que afeta o transporte de grãos. Parte da produção do centro-oeste passa pela hidrovia Tietê-Paraná, onde as embarcações correm o risco de encalhar por causa do baixo nível da água.
A hidrovia Tietê-Paraná tem 2,4 mil km de extensão. O principal trecho é entre São Simão em Goiás e Pederneiras, no interior de São Paulo. Dali, as cargas seguem de trem para o Porto de Santos, mas essa operação pode parar.
“Estamos conversando com o governo federal para que haja o máximo possível de liberação de recursos hídricos para hidrovia, para que a gente mantenha um calado mínimo para as embarcações conseguirem navegar no rio”, disse João Octaviano, secretário de Logística e Transporte de SP.
Os sinais dessa interrupção na navegação, que deve acontecer até o fim de agosto, já podem ser notados. Nos portos, é possível ver as últimas barcaças com cargas de soja, milho e farelo sendo descarregadas. As que ainda fazem o trajeto já navegam com apenas 80% da capacidade por causa do risco.
No trecho da hidrovia do Rio-Paraná usado principalmente pelos paraguaios, a situação é ainda pior. O nível atual do Rio Paraná é de 91 metros, sendo que o normal é de 105 m. Com isso, e embarcações paraguaias utilizadas para transporte de produtos para exportação estão trabalhando com metade da capacidade de transporte.
Em 2020, mais de 2 milhões de toneladas de grãos passaram pela hidrovia. Nos cinco primeiros meses de 2021, esse volume foi de quase 1 milhão.
Com essa parada, a alternativa é usar estradas e ferrovias, o que deve encarecer o custo em 20%.