A ideia do governo de aumentar a mistura de álcool na gasolina para baratear o preço gera dúvidas. O carro pode perder rendimento? Atualmente, a gasolina vendida nos postos é uma mistura com 27% de álcool, mas poderá chegar a 30%. Veja a explicação.
Batizado de “E30”, o novo combustível foi testado em carros fabricados a partir dos anos 90 com motores a gasolina.
“A ideia era ver se não apareceria nenhum código de falha, se os tempos de aceleração - ou seja se a performance do carro estava adequada, se as emissões de poluentes estão dentro dos limites, e ver se ele partia a frio em condições extremas. Os 30% nós vimos que todas nossas amostras passaram sem problema”, disse Renato Romio, gerente de motores do Instituto Mauá, ao Jornal da Band.
A respeito dos possíveis impactos no consumo, o especialista afirmou que "são 3 pontos percetuais, antão fica imperceptível para quem utiliza".
Para a economia, a expectativa é de impactos importantes, inclusive na inflação. O governo espera, com a mudança, reduzir em até R$ 0,13 o valor do litro da gasolina. A proposta precisa ser aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
A união da indústria de cana de açúcar diz que o setor tem capacidade para atender a procura.
“Aumenta o consumo de etanol anidro em termos anuais em 1,33 bilhão de litros. É significativo. São cerca de 10% de etanol anidro e vai permitir ao brasil eliminar atualmente a atual importação de gasolina”, explicou o economista Plínio Nastari.
Por enquanto, resta ao consumidor pesquisar para tentar economizar. Segundo o levantamento de uma empresa de cartões, o preço médio dos combustíveis subiu 2,9% em fevereiro, mais que o dobro da inflação média pelo IBGE no mês.
Parte da alta é explicada pelo reajuste no ICMS. Os estados passaram a cobrar mais R$ 0,10 de imposto sobre gasolina e R$ 0,06 sobre o diesel.