O ministro das Relações Exteriores resiste no governo, mas a pressão pela demissão de Ernesto Araújo ganha cada vez mais coro. As informações são do Jornal da Band.
Esta sexta-feira (26) teve a primeira reunião aberta de Ernesto Araújo, depois dos pedidos de demissão, ao lado do Jair Bolsonaro, no encontro que marcou os 30 anos do Mercosul. Essa foi a maneira encontrada pelo presidente para mostrar que o chanceler ainda conta com a confiança do Planalto. Mas não houve defesa pública do ministro. Bolsonaro se limitou a falar sobre o bloco e a necessidade de acordos individuais entre os países, o que hoje é proibido.
Na sequência, Bolsonaro foi à residência oficial do presidente do senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e ouviu um novo pedido para a saída imediata do ministro.
“A política externa no Brasil ainda está falha, ela precisa ser corrigida, é preciso melhorar com os demais países, inclusive com a China”, disse o senador.
Os prefeitos foram além. A Frente Nacional, que reúne todas as 400 cidades com mais de 80 mil habitantes do país, classificou o trabalho de Ernesto Araújo como uma "política externa desastrosa, com um leque diverso de trapalhadas e atitudes destrutivas".
“Não dá mais para termos um chanceler que não está à altura do país que ele representa”, criticou Jonas Donizette, líder da FNP.
No Planalto, a saída do ministro é dada como certa, mas não imediatamente. Auxiliares próximos do presidente afirmam que se Bolsonaro demitir Ernesto Araújo agora, passaria a impressão de que está cedendo ao comando do Congresso, o que ele não quer.
O chanceler não tem interlocução com a China, principal parceiro comercial do Brasil. E após o apoio público do governo à Donald Trump, não é bem visto também pelo novo presidente americano, Joe Biden.
Apenas a chamada “ala ideológica” do governo defende a permanência de Araújo.