Atuação da diplomacia brasileira em meio à guerra em Israel é destaque mundial

Operação para resgate de brasileiros e trabalho na ONU surpreenderam diplomatas

Da redação

Apesar do veto dos Estados Unidos ao texto brasileiro no Conselho de Segurança na ONU, o trabalho diplomático do Itamaraty tem se destacado mundialmente desde o início da guerra no Oriente Médio. 

O texto brasileiro pedia pausas humanitárias na troca de agressões entre Israel e o grupo palestino do Hamas para permitir o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. O pedido foi negado após o Brasil incluir no texto um pedido de cessar-fogo imediato, proposto pela Rússia. 

Mesmo assim, a diplomacia brasileira teve atuação ímpar, segundo o professor de Relações Internacionais, Leonardo Trevisan. “De alguma forma a diplomacia brasileira agiu com outro viés. Ancorado exatamente naquilo que sempre foi a imagem brasileira de século”, disse, ao Canal Livre do último domingo (15). 

Para ele, o Brasil cumpriu o regulamento da ONU. “E também de, principalmente, não tomar posição em conflito. Nós somos sempre negociadores”, pontuou. Mauro Vieira, ministro de Relações Exteriores, comentou o veto e afirmou que o Brasil fez o possível. 

Esse texto focava basicamente na cessão das hostilidade, no aspecto humanitário, criando uma passagem humanitária. Acho que do nosso ponto de vista, da nossa presidência, fizemos todo o esforço possível para que cessassem as hostilidades e que se parassem com os sacrifícios humanos. E que se pudesse dar algum tipo de assistência às populações locais, aos brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

Operação de resgate é destaque

Quando o avião da Força Aérea Brasileira pousar no Rio de Janeiro na madrugada de quinta-feira (19), serão 1.137 brasileiros retirados da área de conflito. Esta é a maior operação de repatriação feita pelo país. 150 pessoas ainda aguardam pela repatriação, parte em Israel e parte na Palestina. 

Já foram sete voos de repatriação, utilizando aeronaves da FAB e também o avião presidencial, cedido pelo gabinete da presidência. Além disso, o Brasil enviou ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e dá auxílio psicológico para os brasileiros que esperam pela repatriação. 

Graças à operação de resgate, outros nove países latino-americanos apresentaram interesse em incluir nacionais nestes voos. Há até a perspectiva de incluir 15 estrangeiros da Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. 

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