'Maior falha da história de Israel', diz porta-voz do Exército israelense sobre ataque do Hamas

Roni Kaplan afirmou ao Jornal da Band que forças do país falharam em apostar mais na tecnologia e menos na inteligência humana

Moises Rabinovici e Edgar Maciel

Um ano e milhares de mortes depois, Israel ainda avalia os erros que permitiram a invasão do Hamas no fatídico 7 de outubro de 2023. O que mais chamou a atenção do mundo na data foi a demora do país para responder aos ataques do grupo armado palestino. Foguetes cruzaram os céus de Israel, membros do Hamas invadiram cidades, mataram 1.200 pessoas e sequestraram reféns. 

O jornalista Moisés Rabinovici, ex-correspondente em Israel, foi atrás de respostas sobre a demora da ação de Israel. O Hamas planejou e muito bem seu ataque. Treinou durante três anos mais de 3 mil combatentes para invadir o país e Israel sabia e foi informado. 

Para o Jornal da Band, o porta-voz do Exército de Israel, Roni Kaplan, afirma que o ataque foi a maior falha da história da defesa do país em 76 anos. "Uma confusão que não deveria ter acontecido. A gente acreditava que o Hamas estava dissuadido e não estava. E falhamos ao apostar muito na tecnologia de inteligência e menos na inteligência humana. É uma falha que não tem perdão", pontua. 

Depois da falha, a vingança de Israel

Após a invasão do Hamas, as forças de Israel responderam com ataques que muitos países chegaram a classificar como genocídio. Os números do massacre da Faixa de Gaza impressionam: 42 mil palestinos mortos, entre eles mais de 16 mil crianças e mulheres; 16 mil feridos e uma região destruída. 

Durante esse ano de conflito, 149 brasileiros foram resgatados de Gaza e da Cisjordânia. E quando chegaram ao Brasil precisaram recomeçar suas vidas. A gente tá aqui na zona leste de São Paulo onde vive a família Bader, que foi repatriada de Gaza no fim do ano passado. E lutaram muito para recomeçar a vida por aqui.

"Sentimos que 50 anos passaram em um ano, foi muito difícil, tentamos voltar às nossas vidas, entrar na comunicação brasileira aqui", diz Monir. 

Quase um ano se passou desde que Monir e a mulher Noura, com os dois filhos, Bader e Rosa, aterrissaram aqui em São Paulo para morar com o tio Beto. Para refazer a vida, os Bader arregaçaram as mangas. 

Foram para cozinha de casa. Comida árabe raiz, que conquistou os brasileiros. E eles não pensam mais em voltar para Gaza. "Alguns dias atrás uma câmera passou pelas ruas de Gaza e não conhecíamos nada, sabemos que está piorando, mas vai parar um dia. Mas temos esperança em voltar, aqui é tranquilo, tem vida, tem tudo, tem abraço, tem carinho. Aqui é Brasil", diz Monir. 

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