Um arsenal maior do que o de muitos países foi deixado pelos Estados Unidos nas mãos do grupo radical Talibã.
Assim que o Major Chris Donahue embarcou no último avião que levava militares americanos do Afeganistão, soldados do grupo extremista celebraram a vitória com rajadas de fuzil e fogos de artifício.
Após duas décadas, os americanos partiram do país, deixando um legado de incertezas para a população local e um verdadeiro arsenal bélico em poder do grupo extremista que assumiu o poder. Uma multidão de apoiadores do grupo extremista foi às ruas de Cabul para fazer um enterro simbólico dos países do ocidente. Em cada caixão, bandeiras dos Estados Unidos, França e Reino Unido.
Nesta terça-feira (31), integrantes do Talibã usavam uniformes de militares americanos e orgulhosos mostravam aviões e helicópteros abandonados pela tropa na fuga no aeroporto de Cabul.
Organizações que monitoram os equipamentos militares apontam listam o arsenal que ficou para trás no Afeganistão:
- 358 mil rifles
- 126 mil pistolas
- 64 mil metralhadoras
- 42 mil carros SUVs
- 8 mil caminhões
- 22 mil jipes
- 109 helicópteros
- 65 aviões
Um helicóptero Black Hawk, com a bandeira do Talibã, já sobrevoou o céu da capital afegã.
“Países africanos, com certeza, adorariam ter uma força com esse perfil. É como ele herdasse todo o equipamento necessário para manter um exército e uma força aérea”, explica Roberto Godoy, jornalista especialista em armamento militar.
O Pentágono garante que destruiu 73 aviões e quase cem veículos blindados antes de deixar o Afeganistão e que não descarta realizar novas operações militares no país. Esse abandono de um arsenal tão poderoso nas mãos do Talibã tem sido um prato cheio para a oposição ao presidente Joe Biden.
“Com a retirada apressada do Afeganistão, eles deixaram US$ 85 bilhões de equipamentos americanos nas mãos do nosso inimigo. O Talibã tem mais helicópteros Black Hawk do que 85% dos países do mundo”, criticou o deputado republicano Jim Banks.
O presidente Joe Biden disse nesta terça que era “hora de acabar com a guerra”, mas garantiu que a caçada aos terroristas vai continuar no Afeganistão, em especial do grupo Estado Islâmico.