No cinema, o tema intriga, assusta e desperta curiosidade. Ao longo dos anos, o assunto foi se tornando cada vez mais presente no imaginário popular. Mas, afinal, o exorcismo é como nos filmes?
No cristianismo, o exorcismo é um ritual para expulsar espíritos malignos ou demoníacos de pessoas, lugares ou objetos. A prática é citada em várias passagens da bíblia. Na igreja católica, só sacerdotes nomeados por bispos tem autorização para fazer esses rituais.
Se a autoridade católica local não tiver um indicado, os casos suspeitos são encaminhados para o líder autorizado mais próximo. Em Natal, há três meses, a arquidiocese da capital tem três novos padres exorcistas.
Agora, no estado, são quatro. Um deles é o padre Dalmário: “o menino dos recados de Deus”, como ele se define. Aos 46 anos, afirma já ter testemunhado dois casos de possessão.
"Você vê o mal personificado naquele espírito, que te olha, parece que vai te devorar. Mas ao mesmo tempo, você é tomado de uma consciência de que ali existe um poder que é maior do que o dele, o de Cristo”, disse.
Ele reforça o time de exorcistas junto com o cônego José Mario, de 82 anos. Por mais de duas décadas, ele foi o único exorcista oficial da arquidiocese de Natal e afirma já ter feito, pelo menos, 100 rituais.
“Veio um rapaz querendo falar comigo porque soube que eu era um exorcista. Uma conversa muito agradável. Aí de repente ele diz: "mas eu vim aqui porque satanás está em mim". Por acaso, o livro de exorcismo estava aberto aqui na mesma oração que eu fiz no dia. Quando terminei isso, o homem estava bem tranquilo”, afirmou.
Exorcismo é assunto polêmico também entre os católicos, pela difícil missão de diferenciar possessão de problemas psicológicos. Formado em psicologia, o padre Dalmário explica que o ritual é só para casos extremos.