Depois das críticas ao veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à distribuição gratuita de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade social, o governo federal agora diz que vai trabalhar para viabilizar a proposta.
A oferta gratuita de absorventes higiênicos era a principal medida do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, de autoria da deputada Marília Arraes (PT-PE), que visa combater a falta de acesso ou a falta de recursos para a compra de produtos de higiene e outros itens necessários ao período da menstruação feminina para estudantes de baixa renda e mulheres em situação de rua e cárcere.
Nas redes sociais, o governo reconheceu o mérito da medida, mas afirmou que os pontos vetados pelo presidente apresentavam problemas que poderiam ser entendidos como crime de responsabilidade fiscal.
Bolsonaro alegou que o projeto não apontava de onde sairia o dinheiro para pagar a nova despesa. Arraes rebateu:
"Apontamos sim que o recurso sairia do SUS [...] De acordo com os índices desse ano, no ano que vem, vai haver um reajuste de cerca de R$ 3 bilhões. E o nosso projeto vai ter um impacto orçamentário financeiro de cerca de R$ 85 milhões, ou seja, totalmente factível”, justificou a deputada.
Com o apoio do presidente do senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a bancada feminina vai tentar derrubar o veto no Congresso. Elas defendem que o projeto pode beneficiar mais de 5,5 milhões de mulheres que não têm acesso a cuidados mínimos no período menstrual.