Órgãos especializados na defesa do consumidor atuam para apertar a 123 Milhas, tanto que a empresa foi proibida de vender passagens e pacotes no Distrito Federal. Teve família que gastou R$ 11 mil em quatro pacotes e aguardou um ano para embarcar. O sonho virou um pesadelo com muito prejuízo.
“Nós havíamos planejado viagem, itinerários, já havíamos pego já acomodações”, lamentou o engenheiro de software Umberto Godoy.
As reclamações contra a 123 milhas no Procon do Distrito Federal dispararam. Em todo o ano passado, a empresa teve 164 queixas. Somente este mês, mais de 180 consumidores buscaram atendimento. A empresa só poderá vender novos voos e pacotes após solucionar queixas.
“É uma medida muito temerária que a empresa tomou, simplesmente cancelar essas viagens. Então, uma forma de a gente poder tentar que o consumidor tenha um amparo posterior e que seja ressarcido de uma eventual lesão que pode vir efetivamente a acontecer a esses consumidores”, informou Marcelino Nascimento, diretor do Procon-DF.
Na última terça-feira (29), a 123 Milhas entrou com pedido de recuperação judicial. Se for aceito, os processos contra a companhia serão suspensos por até 180 dias, prazo para a apresentação de um cronograma de pagamento das dívidas, hoje em quase R$ 2,5 bilhões.
Nesse caso, os clientes atingidos pelo cancelamento dos chamados “pacotes promo” podem enfrentar ainda mais dificuldades para conseguir o reembolso.
Mais cedo, parlamentares da CPI das Pirâmides Financeiras aprovaram a convocação da sócia da Novum, holding que administra a empresa, além de executivos da 123 Milhas e os responsáveis pela Hotmilhas e Maxmilhas, outras empresas do grupo.