Após altas de 2021, preço da gasolina começa 2022 com pequena queda

Especialistas alertam para cenário de mais altas ao longo do ano

Laila Hallack, do Jornal da Band

Os pedidos dos motoristas até que começaram a se tornar realidade: o preço médio da gasolina caiu R$ 0,08 em um mês, segundo o último levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo). 

Mas ainda é pouco, se comparado aos R$ 2,10 de aumento no ano passado.

“Tem que baixar mais. Tem que baixar bastante, porque está muito cara a gasolina no preço que está”, cobra o entregador Francisco Rodrigo.

“A gente está andando no limite. Está ficando na reserva direto. Ontem tive até que empurrar o carro, porque a gasolina acabou e não chegava posto”, concorda o servidor público Carlos Augusto Júnior.

Em Bagé (RS), por exemplo, o litro do combustível no começo da semana estava em R$ 7,51. Agora, varia de R$ 6,99 a R$ 7,29. No ano passado, chegou a R$ 8,00

“Essa redução das últimas nove semanas é muito em função da queda do preço do etanol. Lembra que, quando você coloca gasolina no seu carro, 27% é etanol anidro, o restante é gasolina. Isso que ajudou a baixar um pouco esse preço da gasolina”, explica o economista Adriano Pires.

“O diesel, por exemplo, não teve esse mesmo efeito. Continuou com o preço mais alto”, acrescentou.

Depois de acumular alta de 46% em 2021, o brasileiro quer saber se, enfim, a gasolina pode ficar mesmo mais barata neste ano. Mas para muitos especialistas, é bom preparar o bolso: a tendência é que os preços dos combustíveis continuem subindo.

Pela política da Petrobras, os reajustes são influenciados pelo mercado externo e pela cotação do dólar. O cenário ainda é desfavorável.

“A gasolina, a tendência é ela continuar uma trajetória de alta em 2022. Por que? Porque o preço do petróleo deve ficar mais caro em 2022 que em 2021, porque a depreciação do real frente ao dólar deve continuar em função de ser um ano de eleição”, completou Adriano Pires.

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