Os pedidos dos motoristas até que começaram a se tornar realidade: o preço médio da gasolina caiu R$ 0,08 em um mês, segundo o último levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Mas ainda é pouco, se comparado aos R$ 2,10 de aumento no ano passado.
“Tem que baixar mais. Tem que baixar bastante, porque está muito cara a gasolina no preço que está”, cobra o entregador Francisco Rodrigo.
“A gente está andando no limite. Está ficando na reserva direto. Ontem tive até que empurrar o carro, porque a gasolina acabou e não chegava posto”, concorda o servidor público Carlos Augusto Júnior.
Em Bagé (RS), por exemplo, o litro do combustível no começo da semana estava em R$ 7,51. Agora, varia de R$ 6,99 a R$ 7,29. No ano passado, chegou a R$ 8,00
“Essa redução das últimas nove semanas é muito em função da queda do preço do etanol. Lembra que, quando você coloca gasolina no seu carro, 27% é etanol anidro, o restante é gasolina. Isso que ajudou a baixar um pouco esse preço da gasolina”, explica o economista Adriano Pires.
“O diesel, por exemplo, não teve esse mesmo efeito. Continuou com o preço mais alto”, acrescentou.
Depois de acumular alta de 46% em 2021, o brasileiro quer saber se, enfim, a gasolina pode ficar mesmo mais barata neste ano. Mas para muitos especialistas, é bom preparar o bolso: a tendência é que os preços dos combustíveis continuem subindo.
Pela política da Petrobras, os reajustes são influenciados pelo mercado externo e pela cotação do dólar. O cenário ainda é desfavorável.
“A gasolina, a tendência é ela continuar uma trajetória de alta em 2022. Por que? Porque o preço do petróleo deve ficar mais caro em 2022 que em 2021, porque a depreciação do real frente ao dólar deve continuar em função de ser um ano de eleição”, completou Adriano Pires.